Há quase 1 década , anunciou publicamente o início da sua transição de gênero na capa de uma Revista, seguido por ensaio fotográfico nua, um documentário e sua forte militância politica, que hoje a coloca no centro das discussões sobre gênero e sexualidade de diversas gerações.
Hoje, aos 68 anos, afirma que encara de forma positiva como é abordada por admiradores de seu trabalho e sua trajetória.
No Mês do Orgulho LGBTQ+ , minha convidada é a jornalista, cartunista e apresentadora Laerte Coutinho.
Laerte, quando falamos ao telefone e eu te convidei para estar comigo hoje, reforcei a sua liderança. Assumir a mulher que você é hoje é sim uma atitude não só de liderança como de dar à luz a sua voz interior.
Qual o seu exercício atual para continuar ouvindo e externando sua voz interior?
Como você se define hoje?
A liderança feminina é um movimento mundial que teve um efeito catalizador em 2006 pelo ativismo de Tarana Burke pelo movimento #metoo iniciado nos EUA.
Assim como suas tirinhas, você também reflete o ZEITGEIST, ou seja, o espírito do tempo?
A Parada do Orgulho LGBT de São Paulo que reuniu 3 milhões de pessoas na Avenida Paulista no último domingo é a celebração pela diversidade, respeito e tolerância.
Quais são os principais desafios que você enfrentou e quais ainda enfrenta?
Qual o sentido de sororidade para você, hoje?
Laerte, como você se vê enquanto ativista politico na década de 60 e como ativista, nos dias de hoje?
Para mim, uma das tirinhas mais brilhantes é a que um homem sobe as escadas procurando por Deus e, no último quadradinho, quando o homem está no alto da escada, Deus responde ali do primeiro degrau, mostrando que este olhar para o céu na realidade é olhar para si mesmo.
Como você trabalha a sua espiritualidade?
Você é feminista?
O que é ser feminista nos dias de hoje?
Numa entrevista para a revista Claudia, você afirma numa trecho de uma resposta: “Não acho que exista essencialmente o homem e a mulher.”
Na cultura hindu, a imagem de Shakti é de uma divindade metade homem, metade mulher. Há uma interpretação pela Cabalah, na qual Adão e Eva eram, originalmente, uma pessoa.
Como você enxerga essa possibilidade de coexistência em si mesma?
O futuro é feminino?