Os anormais estão à solta e não é de hoje.
O ataque que ocorreu a escola infantil Bom Pastor, onde
crianças entre três meses e 7 anos de idade ficavam, abalou mais uma vez o
país. O autor do ato estúpido, bárbaro, insano, foi um homem de 25 anos.
Quatro crianças foram mortas pelo invasor. A arma, um
machado.
Segundo relato das professoras, que não esperavam viver
tamanha estupidez, o alvo do assassino em série eram as crianças. Elas, as
professoras, como sempre, tentaram evitar o pior, e teria sido se elas não protegessem
os menores.
O assassino, depois de cometer os crimes, se entregou a
polícia.
O chefe de polícia da cidade de Blumenau afirma que o caso é
um ato isolado. Também, justifica que o assassino tenha sido motivado por um
surto psicótico. Os traumas pessoas sempre são usados para explicar o ato de
imbecilidade coletiva!
O assassino cometeu o crime de forma pensada, elaborou o ato
e focou as ações para atingir seu objetivo. Ele sabia o que estava fazendo.
Se nos assusta a agressão, é porque ela é proporcional a
pobreza humana que a executou.
Não entendo o porquê as pessoas tendem a buscar nos autores
de violência extrema, bárbara, absurda, uma peculiaridade que desassocie seus
atos dos demais seres humanos. Esta nossa tendência a considerar que a mente
criminosa é apartada, separada, isolada, contrária, ao padrão de comportamento
social. Não é não, ele não.
Claro, a grande maioria de nós não vai atacar uma escola,
matar crianças, alunos e professores. Porém, o campo fértil para este tipo de
ato está propagado. E muitos seres humanos se sentem estimulados a cometer
absurdos contra si mesmos e contra outros.
Hoje se propaga ideias tolas. Elas motivam pessoas com
lógicas superficiais para cometerem atos extremos. Estimulamos mentes infantis
com baixa capacidade de compreensão da vida a considerarem que elas são o
“centro do universo”, que tudo podem, e o que é pior, que tem razão. Foi por
isso que um ser humano infantilizado acabou com a infância de quatro crianças.
Estas mesmas mentes ensimesmadas, quando estão rancorosas
com a vida, culpam quem quiser e eliminam os que escolherem. Selecionam os
culpados de sua dor, angústia, frustração e fraqueza, e os elimina.
A ironia é que o egocêntrico exterminador sempre elimina
inocentes e frágeis. Os que vão sofrer a ira do imbecil é sempre os que não
podem se proteger. O alucinado assassino nunca invade um quartel militar
cheio de soldados bem armados.
Perceba que em outros atos de violência há o mesmo
personagem. Quantas vezes a mesma história, o homem agride a mulher, se impõe,
porque sabe que ela tem dificuldade de se defender fisicamente.
Os revoltados que arrumam brigas nos bares na madrugada,
nunca desafiam, ofendem ou socam alguém a sua altura ou com sua força. O
exterminador é sempre um covarde.
Logo, é lamentável o que ocorreu na escola em Blumenau. Entristece
saber que o inocente é atingido por um ato de agressão de um ser humano a quem
nada fizeram. Dói mais quando a perda são crianças.
Há muito o que lamentar, mas também refletir.
Porém, não considero correto afirmar que o perfil do
assassino e o mal que o moldou é uma exceção. Ele, o cretino agressor é fruto
de muitos dos estimuladores e ambientes de valorização da fraqueza humana a que
estamos sujeitos. A mente criminosa está entre nós, porém nem todos
cometemos crimes.