Judas diz duas coisas dos homens pervertidos aos quais ataca.
(1) Que criticam tudo o que não entendem. Qualquer coisa que escapa à sua órbita e à sua experiência, vêem-na como desprezível e carente de valor. Em suas vidas não há lugar para as coisas e valores espirituais; e, portanto, consideram todas as coisas espirituais com desdém e menosprezo. As coisas do Espírito “são discernidas espiritualmente” (1 Coríntios 2:14, NVI). Eles carecem de discernimento espiritual e, em conseqüência, são cegos a todas as realidades espirituais e as menosprezam.
(2) Deixam-se corromper pelas coisas que entendem. O que entendem são as demandas dos baixos instintos, que compartilham com os animais. Sua lei é a lei dos instintos desenfreados; seu modo de vida é deixar que os instintos que compartilham com os animais sigam seu curso; seus valores são os valores carnais; seu evangelho é um evangelho da carne. Os homens que Judas descreve perderam o sentido e consciência das coisas espirituais. As exigências de instintos animais são suas únicas realidades e normas de vida.
O terrível disto é que a primeira condição é o resultado direto da segunda. O trágico da vida é que ninguém nasce sem um sentido das coisas espirituais, mas que pode perder tal sentido, até o ponto de que para ele todas as coisas espirituais deixem de existir. Um homem pode perder qualquer de suas faculdades, se deixar de usá-la. Isto nós podemos ver em coisas tão simples como um jogo ou uma habilidade. Se deixamos de praticar um esporte, perdemos a habilidade para jogá-lo. Se deixarmos a prática de uma habilidade — como tocar piano — nós a perdemos. Alguma vez podemos aprender os rudimentos de outro idioma, mas se não o lemos ou falamos, nós o esquecemos.
Todos os homens podem ouvir a voz de Deus; todos os homens têm alguma consciência das coisas psíquicas, e todos os homens têm os instintos animais dos quais, em realidade, depende a futura existência da espécie. Mas se um homem insiste no curso de sua vida em ignorar a Deus, se fechar seus ouvidos e seus olhos a todos os valores e normas e vozes espirituais, se fizer de seus instintos o único critério de seus desejos, e o único motor de seu comportamento, então pode chegar o momento em que já não possa ouvir a voz de Deus, quando se tiverem esquecido os valores espirituais e quando já não dispuser de outra coisa para orientar sua vida que de seus urgentes desejos. No final o homem pode chegar a um ponto em que não veja nem sequer a necessidade de exercitar o domínio próprio, quando não puder ver nem sequer a beleza da castidade, quando já não o atrair a pureza, e quando a única coisa realmente importante em seu mundo seja a satisfação dos impulsos, instintos e desejos que surgem de sua natureza animal. E é terrível chegar a ser surdo para com Deus. BARCLAY, The Letter of Jude
Não podemos escolher os colegas de trabalho, mas podemos escolher com quem nos assentamos à mesa ou quem convidamos para frequentar a nossa casa. Temos de ser humildes para reconhecer que, assim como podemos influenciar as pessoas, elas também podem nos influenciar. Devemos tomar cuidado com as pessoas superficiais. São como nuvens que o vento leva. Devemos tomar cuidado com as pessoas que trazem alegria, pois são como árvores secas. Devemos tomar cuidado com os que dominam a cena com suas piadas e suas bebedices. Devemos tomar cuidado com os que só pensam em si mesmos. Quem tem amizade com egoístas só perde. Devemos ter essas pessoas por perto, mas apenas para manter aberto o canal de comunicação sobre a graça de Deus. Mesmo nesse caso, devemos estar atentos para não tornarmos nossos os caminhos deles. AZEVEDO, Bíblia Sagrada Bom Dia