Na sua vida, Jacó era um homem determinado. Ele quis ser abençoado por Deus e não desistiu enquanto não recebeu essa bênção. Ele lutou com Deus, debateu com Deus. A luta deixou em seu corpo uma marca feita pelo próprio Deus, para que ele nunca se esquecesse daquele momento. Ele não seria mais Jacó, o esperto; agora ele seria Israel, aquele que se submete a Deus. A noite foi longa, mas o amanhecer chegou com a bênção de que Jacó precisava. Podemos passar a vida caminhando pela superfície. Ou podemos ter uma vida marcada pela profundidade, pois a “linguagem humana é profunda como o mar, e as palavras dos sábios são como os rios que nunca secam” (Provérbios 18.4). É na profundidade que se encontra a vida transbordante. A luta de Jacó com o anjo representa a experiência espiritual do homem em qualquer época. Com ela entendemos como se dá a nossa jornada espiritual, que não é feita de caminhadas superficiais mas de lutas intensas. A experiência de Jacó nos ensina que a bênção pode incluir passar por provas. Para ser capacitado para os momentos seguintes, Jacó teve de passar pela prova de lutar com um anjo. Ele poderia desistir ou até mesmo voltar para a casa do sogro, mas ele enfrentou o que tinha de enfrentar. Sua luta não foi a de um fraco. A prova fortaleceu Jacó de tal modo que ele saiu do encontro transformado. Um novo Jacó surgiu ali. Até seu nome foi mudado. As provas nos transformam e nos moldam. Uma fé sem provas, sem experiências marcantes faz com que caminhemos na superfície das coisas. Quando caminhamos na superfície das coisas, somos presas fáceis das dificuldades, mesmo as menores. Cada um tem um Esaú a enfrentar, um Jaboque a atravessar. Deus quer nos preparar para os encontros e travessias da vida, e esse preparo inclui passar pelas provas da vida, algumas propostas pelo próprio Deus. AZEVEDO, Israel Belo de - Bíblia Sagrada Bom Dia