As coisas têm o valor que nós lhe damos. Se, por exemplo, a diversão é importante, gastamos horas diante de um aparelho de televisão. Se, por exemplo, a vida não tem sentido, deixamos que transcorra de qualquer modo. Se o tempo é importante, organizamos nossa agenda de modo a dar prioridade ao que é realmente importante. Se a sua vida é importante, como uma jornada que começa com o desejo (o imperativo do coração) e segue pelos anos, eis um roteiro:
1. Faça um projeto para os próximos anos de sua vida. Assim, defina de modo claro as prioridades que deseja alcançar. Fixe os alvos (ou metas) a serem buscados. Anote os recursos (humanos e financeiros) de que precisará para a realização do projeto. Faça um cronograma de atividades (com indicações das datas de suas etapas, sobretudo o final, que deve orientar todas as fases).
2. Conceba seu projeto, com ênfase nas prioridades. As prioridades não devem ser muitas. Dez anos, por exemplo, passam depressa; portanto, não dá para fazer nesse tempo todas as coisas ainda não realizadas até então, só algumas. Saiba onde você quer chegar. Não se vai a muitos lugares ao mesmo tempo.
3. Escreva seu projeto, parte por parte. Escrever um projeto torna-o o objetivo. Se o projeto é objetivo, torna-se diretivo. Se é diretivo, é verificável.
4. Compartilhe seu projeto. Se tiver parentes, conte-lhes. Se tiver amigos, compartilhe com eles. Se o seu texto com as prioridades não lhe cobrar, as pessoas farão isso. Desse modo, você terá parceiros.
5. Consagre suas prioridades a Deus. Sim: só valem a pena as prioridades que possamos consagrar a Deus.
Neste tempo, nossa vida pode ser comparada a um navio. Mesmo quem não entende de náutica pode observar um navio no estaleiro. Periodicamente, o navio precisa ser conduzido ao estaleiro. Ali, a superfície externa do casco é reparada, por meio da remoção das crostas que ficaram incrustadas nele e que reduzem o rendimento da propulsão. Outras alterações são feitas, como a recuperação ou troca de elementos estruturais comprometidos pelo processo de corrosão; a recuperação do sistema de fundeio e ancoragem do navio, formado pelas amarras e pela âncora, e a recuperação do sistema de manobra do navio. Como acontece com o navio, permitimos que nossa vida seja corroída por diversos fatores. Como um navio, perdemos a capacidade de ancorar, deixando-nos jogar para todos os lados. Como um navio, deixamos que o nosso sistema de manobra fique comprometido, quando não avariado. A vida cristã tem muito a ver com os navios, especialmente a nossa capacidade de permitirmos que crostas grudem em nós. Como o navio, ao longo da nossa experiência, nossa vida vai acumulando crostras firmemente aderidas. Nos navios, o resultado é uma redução na velocidade por causa do atrito com a água e o aumento do peso a ser transportado, peso esse que, nesse caso, não tem nenhuma função. Na vida do navio e na nossa, os incrustantes são inevitáveis. Não há como um navio não ter encrustações. Por isso, ele tem de ser conduzido ao estaleiro. Depois, é liberado para voltar aos mares. Não há como uma vida não receber incrustações. Por isso, também devemos entrar no estaleiro para sermos espiritualmente docados, que nos habilita a dar o fruto do Espírito. A docagem faz parte do nosso processo de amadurecimento, não de envelhecimento. Quando somos docados, somos recapacitados para viver. Quando não somos docados, apenas envelhecemos. AZEVEDO, Bíblia Sagrada Bom Dia