Precisamos afirmar e reafirmar: Jesus é singular. Jesus é singular porque é o nosso Salvador. Ele é singular porque se esvaziou da sua divindade para viver a realidade humana em toda a sua plenitude, mas recebeu de novo sua dignidade divina com todo poder (Filipenses 2.5-11). Por causa do pecado, todos os seres humanos estão longe daquilo para o qual foram inteligentemente projetados. Temos certeza dessa triste realidade quando saímos às ruas e nos deparamos com pessoas que agora parecem sombras de seres humanos de tão degradadas pela desesperança. Precisamos de um Salvador que nos ponha de novo em comunhão com Deus. Precisamos de um Salvador que perdoe os nossos pecados. O Salvador Jesus Cristo é um toque pessoal dos céus para nós. Ele é a providência divina para o reencontro Deus-homem. Jesus é Deus tornado homem, nascido para restabelecer a comunhão perdida entre Deus e o homem. Essa comunhão começa nesta vida e dura para todo o sempre. Se Jesus é o Salvador, e ele é, podemos nos acalmar porque sabemos que não estamos perdidos, apesar da força do pecado. Ele nos salva do poder do nosso pecado. Não precisamos ter medo. Pomos nele a nossa esperança. Olhamos para o seu sacrifício na cruz e deixamos que o seu sangue nos purifique, tornando inoperante a morte e abrindo a porta para uma vida feliz, agora e na eternidade (2Timóteo 1.10). Se Jesus é o Cristo, e ele é, nós o reverenciamos, não como um grande ou o grande, mas como o único. Só ele, em sua absoluta singularidade, pode dizer o que disse, pode fazer o que faz. Quando Pedro disse que Jesus era o Cristo (Mateus 16.16), ouviu que Jesus fundaria sua igreja sobre a rocha. Como Pedro, também dizemos que Cristo é a rocha espiritual da nossa vida (1Coríntios 10.4). Por isso, queremos edificar a nossa vida sobre Cristo, “o Filho do Deus vivo” (Mateus 16.16). Cristo não nega os nossos sonhos, mas nos permite realizá-los. Cristo não nega a vida, mas nos ajuda a vivenciá-la na sua amplitude. Cristo não nega a nossa razão, mas a dirige pelo horizonte melhor. Se Jesus é o Filho de Deus, e ele é, olhamos para ele e vemos como Deus é. Se Jesus é o nosso Senhor, e ele é, dizemos que ele é o nosso Senhor. Como o discípulo Tomé, podemos exclamar: “Meu Senhor e meu Deus!” (João 20.28). Quando o entregador, seja de pizza ou de algum outro produto, bate à nossa porta, ele deixa conosco o que foi solicitado e volta para onde veio. Ele não nos deixa nada seu. Por vezes não sabemos sequer o seu nome. Sua entrega, portanto, não guarda qualquer semelhança com a entrega que Jesus faz. A salvação que Jesus nos oferece não é, por exemplo, uma pizza, cuja eficácia dura apenas algumas horas. Ao contrário, a salvação é um oferecimento que nos sacia para a vida inteira e nos põe numa caminhada que jamais terá fim, ao nos pôr de novo em contato com o Senhor da nossa vida, de quem estávamos afastados. Quando o carteiro nos deixa uma correspondência e vai embora para outro endereço, nada fica dele conosco. Ele sequer sabe o conteúdo do que carrega, que nem sempre é uma boa notícia, porque muitas vezes é a notícia de uma conta a ser paga. A notícia que Jesus traz é completamente diferente: primeiramente, porque é sempre boa: é notícia de paz, liberdade e esperança. Há uma diferença: o conteúdo é ele mesmo. Ele não entrega uma notícia: ele entrega a si mesmo, porque ele é a boa notícia. Diferentemente dos entregadores de pizza ou de correspondência ou de qualquer outro produto, ele não vai embora nunca, porque está sempre conosco. AZEVEDO, Bíblia Sagrada Bom Dia