A noite da quinta-feira foi de decisão. E a decisão — como deve ter com todas as coisas importantes — foi tomada durante a oração, banhada em lágrimas de sangue. Um pouco antes, tinha dado a última lição aos seus discípulos, quando lavou os pés deles, toalha na cintura, como se fosse um escravo. Depois desceu com eles para o jardim do Getsêmani, perto do rio Cedrom, do lado de fora das muralhas de Jerusalém. Ajoelhou-se de corpo inteiro. Orou primeiramente de modo suave. Depois, mais intensamente. E, por fim, em total angústia. Na sua aflição, ele pediu a Deus que, caso fosse possível o livrasse do sofrimento, mas que fosse feita a vontade de Deus, não a sua. Venceu a vontade de Deus e a humanidade pode desde então agradecer pela cruz que Jesus carregaria e sob a qual vergaria na tarde seguinte. O Getsêmani é o jardim da decisão, a mais difícil para Jesus e a mais importante para os seres humanos. O Getsêmani nos conclama a pensar sobre como tomamos nossas decisões. Com o sangue da seriedade, como o vertido por Jesus, ou com o sono da superficialidade, como o dormido pelos discípulos de Jesus? Era quinta-feira. Precisamos de mais quintas-feiras na nossa vida. AZEVEDO, Bíblia Sagrada Bom Dia