Depois de permitir que seus discípulos debulhassem espigas e comessem os grãos de trigo na fazenda, o que irritou os fariseus, Jesus chegou ao centro da cidade e entrou na sinagoga, uma espécie de filial do templo de Jerusalém, a cidade-capital. Queria apenas cultuar. Estava já ali, com o mesmo propósito, um homem que tinha uma de suas mãos atrofiada. Queria cultuar. Talvez o homem tenha percebido que chegara a sua oportunidade de ter a sua mão boa de volta. Talvez tenha ficado na dúvida se devia pedir algo a Jesus, porque era sábado e a lei proibia qualquer tipo de trabalho nesse dia. Talvez algum fariseu o tenha empurrado até Jesus, como uma cilada. Os olhos se voltaram para os dois, que estavam frente a frente. O culto foi interrompido. O homem precisava de Jesus, que tinha poder para curá-lo, mas era sábado. “Estenda a mão!” O homem teve pouco tempo para decidir. (Talvez tenha pensado: Devo estender a minha mão? Se ele não me curar, vou ser motivo de piada pelo resto da minha vida. Se ele me curar, vão ficar furiosos comigo, porque hoje não é dia de cura.) O homem estendeu a mão em direção a Jesus, que a restaurou. O homem ficou então com as duas mãos perfeitas. O homem fez a escolha certa, perfeita. Ainda hoje o convite continua aberto para aquele que tem uma parte de sua vida ressequida, porque está difícil viver depois da morte de uma pessoa querida, porque está difícil esquecer uma violenta ofensa recebida, porque está difícil prosseguir depois de uma derrota completa e injusta, porque o transtorno da ansiedade passou a dominar as portas da alma, porque está difícil recuperar a alegria de viver depois que um acidente incapacitou parte do corpo para a plenitude dos movimentos, porque o ódio injustamente nutrido tem tirado a doçura do sono noturno. Se a sua vida está ressequida, aceite o convite de Jesus, mesmo que os obstáculos sejam muitos, mesmo que as dificuldades sejam fortes, mesmo que lhe digam que não pode nem deve estender sua mão a Jesus. Quando Jesus ainda estava no campo de trigo, ele disse que era maior que o templo de Jerusalém. Ao se dizer maior que o templo, o edifício mais majestoso da região naquela época, Jesus estava dizendo que era maior que os problemas que atrofiam a nossa vida. Estenda a sua mão. AZEVEDO, Bíblia Sagrada Bom Dia