Apesar de sua biografia, ao se tornar amigo de pessoas de conduta reprovável, Jefté teve um momento em que se sentiu incomodado pelo Senhor Deus por causa do sofrimento que o povo vivenciava por causa do seu pecado. Então, ele fez uma promessa válida: prometeu que combateria os inimigos do Senhor Deus. Fez, cumpriu e venceu. Depois, no entanto, fez uma promessa ilegítima: que sacrificaria em holocausto a primeira pessoa que encontrasse de volta da guerra como um vencedor. Ele prometeu a Deus o que Deus nunca pediu. Na verdade, ele prometeu o que Deus sempre reprovou. O seu erro provocou a morte de sua filha, que foi primeira pessoa que lhe saiu ao encontro perto da casa da família. A promessa de Jefté não incluía seu próprio sacrifício, mas o de outro. Seria como propor a Deus dar-lhe, em troca de uma bênção, o dízimo do salário do seu vizinho. Jefté não perguntou aos candidatos à vítima se queriam participar daquela promessa. Ele dispôs das vidas deles preservando a sua, sem saber se eles estavam de acordo. Jefté não perguntou se Deus lhe pedia aquele sacrifício. Se tivesse perguntado, saberia que naquela época Deus abominava sacrifícios humanos, e, na nossa, qualquer tipo de sacrifício. Jefté é, assim e ao mesmo tempo, um exemplo de fidelidade e de estupidez. Não lhe sigamos na estupidez, a de prometer o que Deus não nos pede. Fiquemos com a fidelidade: se prometemos algo a Deus, cumpramos. Promessa é coisa séria. Por isso, um dos conselhos do Eclesiastes é direto: “É melhor não prometer nada do que fazer uma promessa e não cumprir” (Eclesiastes 5.5). AZEVEDO, Israel Belo de - Bíblia Sagrada Bom Dia