Ezequiel definiu de modo belíssimo a natureza da nossa nova comunhão com Deus. A nova comunhão surge em decorrência do amor de Deus por si mesmo. Vem, portanto, de sua própria natureza. Sua primeira motivação, portanto, não é sequer a necessidade humana. É a natureza divina. Por isso, ele toma a iniciativa de nos amar. A nova comunhão expressa um novo modo de o homem se relacionar com Deus, que não é mais exterior (formal), mas interior (espiritual). Deus não exige pureza dos homens, mas exige empenho na pureza, para se relacionar com os seres humanos. Na nova comunhão, Deus é sensível às necessidades do homem. O homem busca ser sensível às necessidades de outros seres humanos. O profeta Ezequiel usa algumas imagens antitéticas para destacar as verdades essenciais acerca da comunhão. Na antiga aliança, o coração era de pedra, isto é, coração de pessoas insensíveis; na nova aliança, o coração é de carne. Agora, a voz de Deus pode ser ouvida, porque o coração que a recebe é um coração de carne. Na antiga aliança, o coração era velho, isto é, insensível quanto a si mesmo, já sem capacidade de se curvar para mudar e sem vontade de viver; era um coração que apenas tocava a vida, sem ser tocado pela vida. Um coração velho não tem força para viver. Um coração novo tem força e propósito. Na antiga aliança, predominava o espírito do homem, mas agora, na nova, prevalece o Espírito de Deus. Quem está na nova aliança busca viver os valores de Deus. Mais que isso: a nova aliança permite que travemos um relacionamento com o próprio Deus. AZEVEDO, Bíblia Sagrada Bom Dia