O texto de Ezequiel descreve nossa vida antes da experiência da conversão. Nossos caminhos e nossas ações nos afastavam de Deus, cuja glória não podíamos ver. Em vez de viver na sua presença, nós o desagradávamos, provocando sua ira contra o nosso pecado. Havia sangue inocente nas nossas mãos. Servíamos a outros deuses, desde os deuses reais da idolatria até os deuses simbólicos do egoísmo. Ao viver assim, nós profanamos o nome de Deus. E nós o fazemos quando seguimos os nomes da fama ou nos deixamos seduzir pela pressão dos valores e costumes da nossa terra, onde estamos exilados (como o povo de Israel esteve), em vez de viver e nos mover pela mão e pelo nome de Deus. Nós profanamos o seu nome quando deixamos de levá-lo a sério. A compaixão divina permite que sejamos transformados ao recebermos do seu Espírito um novo coração. Nossos desejos só serão atendidos quando nos purificarmos. Uma vida impura é uma existência assolada pela iniquidade, desolada como um deserto aos olhos de todos e abandonada como imprestável. Uma vida compromissada com a santidade é como um jardim do Éden reconstruído, como uma cidade bem fortificada e bem habitada. A santidade não é só peso; ela dá prazer. O santo é aquele que glorifica a Deus. O santo é aquele para quem as pessoas olham e veem Deus. Se alguém é santo apesar da sua natureza, isso só tem uma explicação: é Deus quem faz por seu intermédio. O santo, portanto, não chama atenção para si mesmo, porque sua vida aponta para Deus. Ser santo é afirmar que Deus é Senhor... Se temos um coração de carne, e não um coração de pedra, é porque Jesus Cristo, por meio do seu Espírito, habita em nós. Assim, temos uma nova natureza, embora a velha ainda nos habite. O pecado nos torna insensíveis e nos deixa como mortos. O profeta diz que os dominados pelo pecado têm o coração de pedra. O coração de pedra é insensível a Deus, não conseguindo ver a sua lei e a sua graça, e igualmente insensível ao próximo, não conseguindo ver as suas necessidades. O coração de pedra aceita as tiranias sem se indignar. O coração de pedra vê o sofrimento do próximo como algo estranho, não como algo que o toca. O coração de pedra não chora diante de Jerusalém, nem diante de um amigo morto. O coração de carne é aquele que se abre para receber o Espírito Santo e procuram dar o fruto dessa presença. Quando estamos em Cristo, o que nos define é a bondade, por mais que nossos impulsos nos levem à maldade e por mais que nossas lembranças sejam amargas. Estamos mergulhados numa nova vida, que significa o seguinte: Temos consciência da presença de Deus conosco, quaisquer que sejam as circunstâncias, e essa consciência alcança os outros; não temos mais prazer no pecado; não somos mais escravos do pecado. Vivenciamos a sensação de plenitude de vida porque, mesmo em meio às dificuldades, a promessa permanece intacta, e porque, mesmo em meio à prosperidade, a direção de Deus permanece constante. Vemos propósito em consultar Deus em todas as nossas decisões. A presença do Espírito Santo em nós significa que estamos em conexão com o Pai. A presença do Espírito Santo em nós deve nos dar força para lutar, por nós mesmos e pelos outros. AZEVEDO, Bíblia Sagrada Bom Dia
