Eles podiam ter dado conta disso de outra forma. Quero dizer, quando pessoas discutem, você deve ser firme. Você lhes diz: “Ouçam. Eu estou no controle aqui. Se vocês têm uma queixa, apresentem-na por escrito. Vou resolver assim que for possível”.
E então você joga a queixa no lixo e prossegue em seus negócios.
Suponho que este seja um modo de lidar com pessoas que apontam problemas. Ou ignorá-los. Ou perder seus arquivos. Ou fazer promessas que você não espera cumprir. Ou multiplicar formulários, até ser trabalhoso demais preenchê-los.
A igreja de Jerusalém, contudo, tinha uma abordagem um pouco diferente. Quando cristãos judeus gregos reclamaram que suas viúvas não estavam recebendo uma divisão justa quando a comida era distribuída, a igreja os escutou. Então os apóstolos reuniram a igreja toda, sugeriram que escolhessem sete homens reconhecidamente “cheios do Espírito Santo e de sabedoria”, e deixou os sete resolverem o problema. É interessante que cada um dos sete que a igreja escolheu tinha um nome grego. O que isso significa? Simples: que a igreja, em vez de rotulá-los como “causadores de proble mas”, deu às pessoas que experimentaram uma injustiça o poder de corrigi-la.
No processo, os cristãos hebreus se tornaram vulneráveis. Eles renderam seus direitos àqueles que haviam se sentido, e foram, vítimas de sua injustiça. Como a igreja de Jerusalém lidava com pessoas que apontavam problemas? Ela não as eliminava. A igreja lidava com elas dando-lhes a autoridade de que precisavam para resolver o problema do qual se queixavam.
Esse tipo radical de solução pode funcionar no cristianismo de hoje? Sim, se tivermos três pontos em mente. (1) Não encare pessoas com problemas como sendo o próprio problema. Leve a sério suas preocupações. (2) Não fique na defensiva, ou tentando fixar a culpa nos erros do passado. A questão não é o passado. É o problema. E (3) não seja paternalista. Não pense que os “líderes” são os únicos que podem resolver problemas. Escolha companheiros sábios, cheios do Espírito, que co nheçam o problema em primeira mão, e dê-lhes a autoridade necessária para resolvê-lo.
O Espírito Santo de fato habita na igreja. De monstramos confiança em Deus quando chamamos as pessoas envolvidas em problemas para ajudarem a solucioná-los.
“A fim de obter e manter o poder o homem deve amá-lo. Assim, o esforço para consegui-lo provavelmente não está associado à bondade, mas a atitudes opostas, como orgulho, astúcia e crueldade.” — Leo Tolstoy
Quanto mais firme as pessoas seguram as rédeas do poder espiritual, menos confiança demonstram em Deus. RICHARDS, Comentário Devocional da Bíblia