A cena é tocante. Quando Paulo se despediu dos anciãos de Efeso, sabia que eles jamais voltariam a se encontrar nesta vida. Lucas, que observava, disse: “Levantou-se um grande pranto entre todos e, lançando-se ao pescoço de Paulo, o beijavam” (v. 37). Foi uma despedida triste, mas carinhosa. De alguma maneira, em apenas dois curtos anos, uma ligação indestrutível tinha sido formada entre Paulo e esses convertidos.
Talvez pareça estranho para nós, porque vivemos em uma sociedade extremamente impessoal. Poucos de nós, ao nos despedirmos de amigos que fizemos durante uma estada de dois anos em algum lugar, teríamos nos deparado com tanta emoção. Mas, se examinarmos com cuidado as observações de despedida de Paulo, poderemos ver o que tornava essas pessoas tão ligadas a ele. E aprendemos como nos conectar aos outros. Como?
Paulo deixava que as pessoas soubessem como ele vivia (v. 18). Na nossa sociedade, temos a tendência de manter as pessoas afastadas. Paulo abriu sua vida, e convidou as pessoas para verem e conhecerem o Paulo verdadeiro. Assim, ele disse “Sabeis” diversas vezes quando reviu seu modo de vida em Éfeso. Estar disposto a estar aberto é a chave para construir a intimidade.
Paulo servia ao Senhor com humildade (v. 19). O que dava a Paulo tal integridade era o fato de que ele mantinha um relacionamento íntimo com o Senhor. Um caminhar íntimo com Deus dá a nossas vidas uma autenticidade que possibilita que os outros confiem em nós.
Paulo não hesitava em ser útil (vv. 20,21). Isso significava falar sobre Jesus, além de dar outros tipos de ajuda. Se você e eu realmente nos preocuparmos com outras pessoas, iremos oferecer qualquer ajuda que pudermos, com um espírito de amor. E seremos amados em retribuição. Paulo era um exemplo de valores cristãos (w. 33-35). Paulo decidiu ganhar o seu sustento em vez de ser sustentado pelas doações daqueles aos quais ensinava. Embora Paulo tivesse direito a tal sustento, ele decidiu viver como um exemplo de valores cristãos em ação.
Essas qualidades combinadas criavam um elo de profundo amor e afeto entre Paulo e os efésios. E essas mesmas qualidades podem criar laços de afeição entre nós e os outros hoje em dia.
Não devemos reclamar sobre a dificuldade de fazer amigos na nossa sociedade impessoal. De vemos convidar os outros à nossa vida, servir ao Senhor com humildade, jamais hesitar em ser úteis, e viver os nossos valores cristãos.
“Você pode fazer mais amigos em dois meses, interessando-se pelas outras pessoas, do que poderia fazer em dois anos tentando fazer com que as outras pessoas se interessem por você.” — Dale Carnegie
Seja um amigo cristão, e você fará amigos.
RICHARDS, Comentário Devocional da Bíblia