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Dia desses ouvi uma “especialista em conquista”
e fiquei chocada com o que ela falou na entrevista.
Disse que os homens gostam de caçar e, assim como os caçadores, eles não querem que o animal lhes chegue numa bandeja.
Como se fôssemos um bicho a ser comido e não um ser humano que também sente e deseja.

Por que a mulher não pode tomar a iniciativa, falar sobre seus desejos, se expressar?
Por que aceitamos esse machismo castrador que nos coloca nesse lugar?
Lugar de silêncio, de desejos tolhidos,
de vontades ocultas e anseios falidos.

Por que aquela que se expressa, que diz o que sente e sabe o que quer
é mal falada, mal vista, mal quista como mulher?

A liberdade de expressão dos desejos e das vontades não pode ser um privilégio masculino.
Me recuso a ouvir os que insistem em dizer que esse era um plano Divino.

A premissa do amor é a liberdade!
Como se sentirá amada, a mulher tolhida em sua vontade?

Fomos encaixotadas e, pior, encaixotamos umas as outras também!
Porque reproduzimos esse discurso que só sabe fazer da gente refém.

Refém dos desejos alheios e opressor das nossas vontades.
Que nos faz figurantes e não protagonistas das nossas realidades.

Pois aja mulher, sê de verdade!
E que nossas atitudes sirvam como filtro pra separar quem aceita ou não a nossa humanidade,
quem consegue ou não olhar pra nós com equidade.

Sê livre, mulher!
Livre, pra se expressar como e quando quiser.
Livre pra sentir, pra dizer, sem ter que fazer cena.
E se não te aceitarem e te julgarem, é porque não valem a pena.

Por que nos conformamos com os padrões sem sentido desse mundo?
Por que não levantamos discussões pra tentar levar as pessoas à um raciocínio mais profundo?