A violência da branquitude é ramificada, tendo, historicamente, atuação não somente na forma que a história aconteceu, mas na maneira que ela foi contada e a partir de vários outros processos visíveis e invisíveis de ceifação da vida e possibilidade de viver de povos pretos. E nada mudou. De acordo com o IBGE, em dados de 2010, crianças pretas e pardas, até 5 anos de idade, são as que mais morrem nos primeiros anos de vida. E os que se mantém vivos ainda são as maiores vítimas de violências letais. Quando nascidos com vida, jovens negros detém menores chances de sobrevivência em relação aos brancos. A cada três assassinatos no Brasil, dois são de pessoas negras. A possibilidade de um adolescente negro ser vítima de homicídio é 3,7 vezes maior em comparação com os brancos. Ao falar de todos esses dados e resgatar aspectos históricos desde antes do Brasil ser Brasil, estamos repetindo e acrescentando fatos ao que Mbembe, no seu ensaio sobre a necropolítica, diz: A forma que a soberania aparece de maneira mais escancarada é na capacidade de ditar quem pode viver e quem deve morrer, seja morte física ou mesmo em vida. E a branquitude no Brasil exerceu e exerce essa soberania em corpos pretos visceralmente.
Texto: Renan Braga.
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