Só há um caminho para o futuro: a educação. Ela possibilita que desenvolvamos as habilidades necessárias para ser produtivo em sociedade, expande os horizontes da realidade e permite que construamos diferentes caminhos para nossa comunidade. Ela nos empodera com a capacidade crítica necessária para as batalhas de uma realidade desigual com tanta violência e marginalização social. A educação transforma quando a valorizamos, mas também reproduz a desigualdade quando esquecemos de sua centralidade. Essa é a realidade da educação pública do rio grande do sul e do brasil hoje: décadas de desleixo e abandono com os filhos da classe trabalhadora.
Ao longo da Pandemia de Covid-19, cansamos de ver notícias sobre o estado da educação pública. Em meio à crise, quem sofre são os mais pobres, os que não tem poder. Crianças ficaram sem aulas, famílias estavam com seus filhos dentro de casa pequenas e apertadas, não havia computadores, celulares, internet para se conectar com seus colegas e professores. Os filhos das massas trabalhadoras não tinham recursos para ensino à distância, nem suas escolas tinham estrutura para compensar.
Até os anos 90, o Rio Grande do Sul era um exemplo de Educação no Brasil. Subimos ao topo dos rankings em muitos casos. Nossos pais e avós se lembram das famosas brizoletas que tinham a missão de educar todas as crianças gaúchas e chegaram aos mais remotos cantos do nosso estado. Hoje professores são mal pagos, escolas estão caindo aos pedaços, alunos não tem uma real oportunidade de aprender. Num mundo de rápida mudança tecnológica e da economia do conhecimento isso é inaceitável. Qual foi a tragédia que nos acometeu neste século que fez com que o RS despencasse na formação das novas gerações?