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Um cabo submarino de fibra óptica, ligando o Ceará a Portugal, ancorou  na Praia do Futuro, em Fortaleza, em dezembro de 2020. O cabo ainda vai seguir viagem. Ele se estenderá para pontos no Rio de  Janeiro e em São Paulo, além de conexões na África e outros países  europeus, ilhas do Atlântico e Guiana Francesa. A instalação do cabo, que deve custar 1 bilhão de reais à empresa  privada Ellalink, vai possibilitar o tráfego de dados a 72 terabits por  segundo e latência de 60 milissegundos. O novo cabo tem 6 mil quilômetros de extensão, podendo alcançar 5 mil  quilômetros de profundidade em seu trajeto pelo mar. Ele vai substituir  outro cabo, que liga a Europa ao Brasil, mas que passa pelos Estados  Unidos, percorrendo o dobro da distância, 12 mil quilômetros. O cabo também deve dar suporte à chegada do 5G ao país. É provável que você já tenha ouvido falar de cabos submarinos, mas, você  sabe como eles funcionam? Eles costumam ser utilizados em redes internacionais de telecomunicações  para interligar países e continentes. No Brasil, o sistema é utilizado  para conectar toda a costa nacional. O primeiro cabo telegráfico submarino foi lançado em 1851 no canal de  Dover. Logo em seguida, surgiu a ideia de criar uma rede que  atravessasse o Atlântico e permitisse que a tecnologia fosse usada para  interligar diferentes continentes.  Depois disso, muitos outros cabos submarinos metálicos foram instalados,  mas ainda eram usados apenas para a transmissão de mensagens  telegráficas. Foi necessário quase um século até a invenção do cabo submarino coaxial,  em 1956. Com ele, tornou-se possível a comunicação entre vários  indivíduos simultaneamente. Pouco mais de uma década depois, nos anos  1970, foram criados os cabos ópticos que estão em uso atualmente. No Brasil, o primeiro cabo submarino foi inaugurado em 1857, ligando por  telégrafo, o Rio de Janeiro e a cidade de Petrópolis.  Em 1875, Irineu Evangelista de Souza, o Barão de Mauá, participou da  organização e do financiamento da instalação do nosso primeiro cabo  submarino internacional conectando o Brasil a Portugal. Atualmente, os cabos submarinos são de fibra óptica e transmitem  informações digitais. Todos os continentes, exceto a Antártida, são  ligados por eles. A evolução fez o tempo de transmissão dos sinais, que antes era medido  em minutos, cair para milissegundos com o uso da fibra óptica. O maior  cabo óptico submarino do mundo tem 38 mil quilômetros de extensão e  conecta 32 países do Sudeste Asiático, do Oriente Médio e da Europa. Com a instalação deste novo cabo submarino, o Brasil entra em uma nova  era das comunicações instantâneas. O futuro não para de acontecer.