Dono de um feriado nacional em seu nome, Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, possui uma história em parte desconhecida e em parte misteriosa. Você sabia, por exemplo, que sua cabeça foi roubada e nunca mais reapareceu? Ou que a barba e o cabelo compridos são provavelmente invenções? Dúvidas como essas abrem possibilidade para se conhecer um pouco mais sobre a revolta acontecida em Minas Gerais, conhecida como “Inconfidência Mineira”.
Era século XVIII, por volta de 1790, quando um grupo de intelectuais, padres e detentores de patentes militares de Vila Rica (hoje Ouro Preto) começou a pensar em uma revolta contra a coroa portuguesa. O professor da UFMG, João Furtado, explica que a maioria dos inconfidentes se rebelava contra a forma agressiva com que Portugal cobrava os impostos em Minas Gerais. “Ricos, principais sonegadores, tinham seus bens confiscados à força”, diz.
Os inconfidentes não tinham um grande projeto para o país, não tinham os mesmos pensamentos sobre a escravidão e não passaram da fase de planejamento da revolta, segundo o historiador. Em abril de 1792, os reis portugueses descobriram a conspiração e mandaram enforcar e esquartejar Tiradentes, a fim de inibir movimentos que também articulassem a liberdade do Brasil de Portugal.