Nada pior que a naturalização do mal. De repente, o que parecia inaceitável se torna habitual. Há várias circunstâncias que contribuem para essa pacificação da revolta: a repetição, o inusitado da persistência do mal e a análise viciada da realidade. É o que explica que, hoje, se acredite que a covid-19 está relativamente controlada, diferentemente do que ocorria há um ano. Acompanha-se as curvas de morte em decréscimo sem olhar o que elas ainda sinalizam de ameaça real e imediata.
No entanto, os dados são inquestionáveis: adoece-se e morre-se mais hoje do que no pior momento do ano passado. Mesmo assim, se fala cada vez mais em flexibilização, afrouxamento de controles e estímulo à retomada das atividades e aglomerações. Nem mesmo o exemplo, que não seguimos no passado, em relação à situação na Europa, serve de alerta: mais uma vez acreditamos magicamente que a variante delta não chega até nós com o mesmo estrago, ainda que a vacinação esteja se arrastando.
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