Não quero papo com bolsonarista. Pode ser até parente próximo, pai, filho ou mesmo o espírito santo. Sem chance. A expressão “troca de ideias” padece de uma crença na capacidade do outro em trazer algo novo para o horizonte, que mereça até mesmo ponderação ou mudança de ponto de vista. Não é o caso dos minions: não tem como ser um deles sem deixar de ser gente. Pelo menos o que entendo por gente. Tem conversa que não vale a pena.
Por isso é preciso mudar de tática. Nada de tentar convencer os imutáveis 25% de almas sebosas. Que subsistam, e é só. Mas precisam ser derrotados. O fascismo é o território em que adversários são transformados em inimigos. O desafio, por isso, não está em conquistar consenso, hegemonia ou mesmo maioria, mas recuperar a civilização isolando quem não tem estatuto ontológico para participar do clube da democracia. O Brasil, sob Bolsonaro, vive no pântano da pré-política.