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A Olimpíada de Tóquio atrasou um ano, parece ser realizada no vazio social de uma cidade que não aparece a não ser como cenário virtual e não tem público nas arenas. Mesmo assim, tem chamado atenção e criado alguns momentos que merecem um pouco de reflexão. Uma espécie de decatlo de provas, que vão além do esporte, já deixou suas marcas nesses jogos. São momentos de debate ético, desses que, mais do que definir o certo e o errado, convoca os atletas da cidadania a colocar seus argumentos em jogo e aceitar o confronto de acordo com as regras do pensamento e da convivência.

O primeiro está relacionado com a própria realização da Olimpíada, em plena pandemia do coronavírus. A divisão se deu entre os que defendiam os jogos como manifestação de uma dupla aposta na humanidade: a capacidade de superar desafios com uso da melhor ciência e de seus protocolos de segurança e o empenho em seguir adiante, tendo o torneio como um dos símbolos máximos da consagração de um novo estágio. Do outro lado, os que ponderavam para os riscos reais de contágio e para a dispersão de recursos em meio a prioridades mais decisivas. Sem falar na submissão aos interesses comerciais que dominam o esporte de alto rendimento em escala planetária. Para quem você daria a medalha?