#PraCegoVer: Na foto, um homem de camisa amarela, calça azul, sapato amarelo, de topete, sentado na calçada e assoviando, em um fundo branco com azul.
#SurdosQueOuvem: VERDADE. Na tentativa de frear a disseminação do Sars-CoV-2, causador da covid-19, governos e autoridades de saúde de diversas nações aplicaram regras que alteraram a forma como as pessoas vivem e se relacionam umas com as outras. De uma hora para outra, comércio, indústria, escolas e centros de lazer e atividade física fecharam e a mobilidade das pessoas ficou restrita. Quem pôde e dispôs dos recursos necessários isolou-se em casa, adotou o trabalho remoto e passou a ajudar os filhos com as aulas virtuais. Homens e mulheres começaram a usar máscara em locais públicos e o contato físico foi desestimulado —desapareceu o beijo no rosto e até o aperto de mão. Os que precisam ir às ruas convivivem com receio de contrair o vírus e quem se infecta experimenta, além de sintomas físicos, o medo de desenvolver a forma grave da doença e precisar de internação. Nos hospitais, os pacientes perdem o contato direto com a família - em certos casos, conseguem contato remoto - durante um tratamento prolongado no qual só interagem com a equipe de saúde. Os médicos e a equipe de enfermagem, por sua vez, vivem rotinas exaustivas e angustiantes diante do elevado número de mortes e do risco de se infectar e levar o vírus para casa. O caminho dos que morrem ficou mais solitário, e quem perde alguém para a covid-19 tem de lidar com a despedida incompleta. FONTE: Ricardo Zorzetto Revista Pesquisa Fapesp, Agosto de 2020
Áudio por: Millena Fábia