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CNBB (https://www.cnbb.org.br/assuncao-de-nossa-senhora-e-vida-consagrada/  )
A vida religiosa dá para a Igreja o grande testemunho de uma consagração que deve estar sempre a serviço dos outros. Não se trata de uma consagração para uma aventura pessoal e privada. Tendo como grande exemplo a Virgem de Nazaré, entendemos o que significa “consagrar-se” nos chamados Conselhos Evangélicos, os votos de pobreza, castidade e obediência. Não se trata de desprezo ou de fuga do mundo, mas de uma experiência de renúncia ao que é bom e agradável aos olhos de Deus, para a liberdade e para o anúncio da mensagem de salvação, que é, antes de tudo, vivência de uma comunhão ou de uma relação interpessoal: Deus e nós. A liberdade dos consagrados na vida religiosa não significa áurea de superioridade em relação às outras vocações, especialmente à da vida matrimonial. Ela é a experiência de um serviço apostólico com a característica do celibato ou do voto de castidade. Enquanto a vocação matrimonial é a experiência de um serviço apostólico na partilha de vida e de amor dos cônjuges. Assim, vemos a beleza e a criatividade carismática do Espírito Santo na condução e na construção da Igreja.

            A relação do dogma da Assunção de Nossa Senhora com a vocação à vida religiosa, deve ser sempre apresentada tendo em vista que é uma relação que acontece com toda a realidade da fé. “O que significa, para nós, este mistério da fé? Antes de tudo o seguinte: quando queremos expressar, falando de Maria, a consumação de sua glória, não podemos dizer ela algo distinto do que confessamos de nós, como nossa mais firme esperança – a ressureição da carne e a vida eterna” (Karl Rahner. A Mãe do Senhor). Não se trata, portanto, de proclamar a Assunção de Nossa Senhora e pensar que nós não estamos no mesmo plano salvífico. Pelo contrário, essa é a mensagem do Evangelho: nós fomos criados à imagem do Filho de Deus (cf. Gn 1,26-27 e sua relação com Cl 1,15), destinados à comunhão-relação com o Deus Uno e Trino, configurados ao evento da vida do Filho que se fez homem, e conduzidos à plena consumação de nossa vida em Deus, Aquele que é “um só Deus e Pai de todos, que reina sobre todos, age por meio de todos e permanece em todos” (Ef 4,6).