Listen

Description

É... maternidade nem paternidade são mares de rosas. A nossa Cultura silenciou pais e mães sobre os desconfortos da missão de educar um filho. É como se ao desabafar sobre estas dores eles estivessem cometendo um pecado ou demonstrando ingratidão.
O fato é que dores silenciadas não serão dores apagadas. Muitas vezes estas dores são até amplificadas e são materializadas em doenças físicas ou transtornos emocionais.
A moral cristã tem como um fundamento a idéia de crescer e multiplicar. Em minha percepção esta idéia fazia bem mais sentido quando a bíblia foi escrita do que nos dias atuais.
Há mil anos antes de Cristo, quando a bíblia fói escrita, a população do mundo era estimada em 1 milhão de pessoas. Hoje nós somos mais de 7 bilhões de seres humamnos... Será que multiplicar a população ainda é uma necessidade divina? Só pra você ter uma idéia de comparação... a população do mundo quando a bíblia foi escrita era quatro vezes menor que a do estado do Espírito Santo. 12 vezes menor que a do estado de São Paulo. 331 vezes menor que a população dos Estados Unidos. E 7 mil vezes menor que a população atual... vou reforçar essa última informação. A população do mundo quando a bíblia foi escrita era 7 mil de vezes menor que a população atual do nosso planeta.
Eu consigo compreender que há 1000 anos antes de Cristo era muito necessário crescer e multiplicar. Era necessário ocupar o planeta... dessa maneira ter filhos surgia quase que como uma obrigação dos casais. Mas e hoje? Depois da gente ter multiplicado 7 mil vezes a população daquela época... Ainda se faz necessário crescer e multiplicar?
Pra muita gente esta regra ainda é inquestionável. As cobranças as vezes são sutis e até subliminares. As vezes elas se dão pelo incentivo de brincar de bonecas ou pelos filmes e desenhos animados que romantizaram a maternidade, retratando sempre como uma experiência deliciosa e divina. As vezes a cobrança é em forma de perguntas, perguntas em tom de brincadeira pros jovens casais. Imediatamente após você casar os amigos e parentes já começam a perguntar: E o filhinho? Vem quando? Daí quando você tem um filho começar a cobrar o segundo... e assim por diante.