Ontem eu fiz aniversário. Completei 46 anos. Estou me sentindo como o navegador português... eu sinto que já cruzei o Cabo da Boa Esperança...
Caiu a ficha que tenho menos anos a viver do que os que já vivi.
Quando temos esta percepção é que a gente vê o quanto a vida passa rápido. E cada vez mais rápida... Parece que só demora até você completar 18 anos. Dos 14 aos 18 parece que cada ano dura uma década. É uma eternidade até você se sentir “de maior”. A ansiedade pra tirar carteira de motorista, poder entrar em casas de show e assistir filmes proibidões fez a minha geração alimentar uma ansiedade enorme pelo décimo oitavo aniversário.
Daí a gente faz 18 e no dia seguinte o nervo ciático manda lembranças. Quando você menos espera já começa a ter um relacionamento com alguém que vai estar ao seu lado por toda vida. Com este alguém chamado “boleto”. Este não te abandona nunca e vai ficar contigo até o último dia da sua vida.
O fato é que a vida é muito rápida. A vida é um espetáculo de teatro sem ensaios. É tudo ao vivo. É preciso ter disposição, coragem, ousadia, alegria e muita criatividade pra viver o nosso papel nesta vida pra ganhar o Oscar pelo conjunto da obra.
O verdadeiro Oscar pelo conjunto da obra a gente conquista quando olha pra vida vivida e nota que os momentos em que nos sentimos mais vivos foram exatamente os momentos em que nos faltou o ar. Que os momentos mais lúcidos foram aqueles que nos disseram que seria loucura.
Se eu fosse resumir estes 46 anos eu diria que as nossas loucuras de hoje serão nossas boas lembranças de amanhã.
Qual foi a sua última loucura? Você consegue se lembrar? Será que não é a hora de encomendar a próxima loucura? Quem sabe? Sabe quem sabe? Só os loucos sabem...
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Forte abraço e até... até a sua vitória.
