Quando Machado de Assis encontrou o Datena.
-Olha lá, leitor, olhá lá o Escobar saindo da casa da Capitu de madrugada enquanto Bentinho..
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O bate-papo de Machado de Assis com o leitor.
Machado de Assis muitas vezes em seu texto parece conversar com o leitor.
"É com você que estou falando leitor".
Já, quando lemos Kant, temos a impressão que ele parece ficar sempre escondido atrás do texto e coloca a palavra na frente.
Assim, como o comerciante que coloca a mercadoria na frente da loja e se esconde lá no fundo atrás do balcão.
Como Kant, o comerciante tenta não ter muita relação subjetiva com o comprador.
A relação subjetiva é manter seu coração macio para ver a subjetividade de cada pessoa com que se relaciona.
Se Kant se esconde atrás do texto, quando o estudante vira kantiano, Kant deve rir do Além.
"Mais um que acreditou no que eu escrevi."
Podemos concluir, que existe um modo de ler Machado de Assis, diferente daquele modo de ler Kant.
Como Machado não fica atrás das cortinas, Machado trás o Real para o leitor. Uma prova Real dentro do texto e fora da obra Machado deixa o Real que sustenta a obra.
Machado deixa a obra aberta.
Com o diz Lacan; digo sempre a verdade, não toda...
Dentro do que a pessoa diz sempre fica faltando alguma coisa que fica de fora.
A palavra não entrega tudo, o Sujeito não está todo naquilo que ele diz.
Machado vai mostrando ao leitor as varias facetas da vaidade de cada pessoa Humana.
