Jeremias 14 é quase um diálogo entre Deus e o profeta. Jeremias fala de uma grande seca sobre a terra em que homens e animais começavam a sofrer. Com a escassez de água, não havia vegetação, e logo viria a fome. Mas Jeremias sabe que isso também era consequência do afastamento de Deus e pede que o Senhor atue por causa do seu caráter amoroso: "Posto que as nossas maldades testificam contra nós, ó Senhor, age por amor do teu nome; porque as nossas rebeldias se multiplicaram; contra ti pecamos" (v.7).
Quando estabeleceu sua aliança com Israel, as misericórdias de Deus foram amplamente prometidas caso o povo se arrependesse de seus pecados. É justamente aqui que encontramos o problema. Jeremias intercede por um povo que não quer se arrepender. Por isso Deus diz a Jeremias para não pedir por eles (v.11), e explica que seus juízos viriam como consequência e não como mera punição: "derramarei sobre eles a sua maldade" (v.16).
Enquanto Jeremias alertava o povo do mal que estava para vir, outros profetas de sua época pregavam uma falsa paz, e o Senhor explica que eram profetas movidos por "visão falsa, adivinhação, vaidade e engano" (v.14). Esses falsos profetas eram parte do problema, pois como as pessoas se arrependeriam de males que eles diziam não existir? Cuidado com os supostos profetas dos nossos dias que pregam apenas aquilo que queremos ouvir. A verdade pode ser desagradável, mas é a única opção segura. Como dizia Lutero: "a paz, se possível; mas a verdade a qualquer preço".
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