A cobra foi cobrar as contas
Que ela tinha de cobrar
Eram tantas, tantas, tantas,
Todas contas de um colar.
Mas para cobrar essas contas,
As contas tinha de contar.
Contas e contas contou,
Nenhuma sem descontar
E bem tonta, afinal de contas,
A cobra começou a errar.
Contava errado, descontava,
contava de novo, somava.
E então, como num canto,
Rompeu-se o fio do colar.
E as contas todas, de repente,
Caíram, sem conta, a rolar.
E a cobra , assim, tonta, tonta,
Tonta, tonta, se pôs a chorar.
CAPPARELLI, Sérgio