Um jovem Rato em busca de aventuras corria despreocupado ao longo da margem de uma lagoa onde vivia uma Rã.
Ao vê-lo, a Rã nadou até a margem, e coaxando lhe disse:
"Você não gostaria de me fazer uma visita? Prometo que, caso aceite meu convite, não se arrependerá..."
O Rato, de bom grado, ansioso que estava para explorar e conhecer o mundo e tudo que havia nele, aceitou aquela generosa oferta na hora.
Entretanto, embora soubesse nadar um pouco, cauteloso e com um certo receio, já que ele não era um animal da água, disse que não se arriscaria a entrar na lagoa sem alguma ajuda.
A Rã, ardilosa, teve uma ideia. Assim, amarrou a perna do Rato à sua com uma robusta fibra de junco, e então, já dentro da lagoa, pulou levando junto com ela seu infeliz e ingênuo companheiro.
O Rato logo se deu por satisfeito e queria voltar para terra firme. Mas a traiçoeira Rã tinha outros planos. Desse modo, deu um puxão no Rato, que preso à sua perna nada podia fazer, e mergulhou nas águas profundas e escuras afogando-o.
No entanto, antes que o malicioso anfíbio pudesse soltar-se da fibra que o prendia ao Rato, um Falcão que sobrevoava a lagoa, ao ver o corpo do infeliz roedor flutuando sobre a água, deu um vôo rasante, e com suas fortes garras o segurou levando-o para longe. E com isso, inevitavelmente, trouxe também consigo a Rã que ainda estava presa à perna do pobre roedor.
Desse modo, com um só golpe, a Ave de rapina capturou a ambos. E naquele dia garantiu uma generosa porção de carne variada, animal e peixe, para o seu jantar.
Moral da História 1:
Assim como não existe o mal que perdure, também não existe a injustiça permanente...
Moral da História 2:
Com frequência a maldade se veste com belas roupas e generosas palavras...