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Djamila Ribeiro, em seu livro “Quem tem medo do feminismo negro?”, afirma que as mortes de negros estão tão naturalizadas, que as pessoas agem como se fosse algo normal. Mas não é normal. No Brasil, a população negra é a que mais morre por conta da violência policial. A 13ª edição do Anuário da Violência do Fórum Brasileiro de Segurança Pública divulgou que 75,4% das vítimas pelas polícias brasileiras são negras. O estudo também informa que, aos 21 anos de idade, os jovens negros tem 147% mais chances de serem assassinados do que brancos, amarelos e indígenas. Além disso, 66% de todas as mulheres assassinadas no país são negras, de acordo com o Atlas da Violência de 2019, que é realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública. No Ceará, não é diferente. Ainda de acordo com o Atlas da Violência, 58,8% dos assassinatos no estado foram de homens, jovens e negros. Além disso tudo, como já falamos no primeiro drops, essa também é a parcela da população que mais morre com o Novo Coronavírus no país. Essa é a realidade atual no Brasil. E por conta disso, é sempre válido lembrar que, sim, vidas negras importam. Algo semelhante acontece nos Estados Unidos. No dia 25 de março, George Floyd, de 46 anos, foi morto asfixiado por um policial. Esse assassinato foi o estopim para uma onda de protestos no país com manifestações em prol do combate ao racismo. Aqui no Brasil, no último domingo, dia 31, Rio e São Paulo organizaram manifestações destacando a importância das vidas negras. Para falar sobre o assunto, entramos em contato com a Zelma Madeira, que é doutora em sociologia pela Universidade Federal do Ceará (UFC), professora da graduação e do mestrado em Serviço Social da Universidade Estadual do Ceará (UECE) e, desde 2015, é coordenadora da Coordenadoria Especial de Políticas Públicas de Promoção da Igualdade Racial no estado (CEPPIR). Nos sigam nas redes sociais (twitter @kilombaspodcast / instagram @kilombaspod). Roteiro e produção do episódio: Alice Souza e Letícia Feitosa Locução e edição de áudio: Letícia Feitosa Arte da capa: Leíssa Feitosa