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Neste episódio conversamos sobre o livro “O espetáculo do gênero: uma cruzada no século XXI” do Igor Viana, lançado no final de 2019. O livro assume a imagem do espetáculo teatral para criar uma narrativa sobre a disputa pelos quadros de inteligibilidade do gênero na virada do século XX para o século XXI. Dialogando com o aparato teórico de Judith Butler, o trabalho realiza uma reflexão sobre os efeitos do combate à “ideologia de gênero” para a constituição dos regimes de aparecimento público dos corpos. Assumindo que o gênero é constitutivo das lentes de inteligibilidade sociais do mundo moderno, atravessando e ordenando os seus processos de subjetivação, o argumento central do livro repousa na afirmação de que a disputa pelo gênero é, antes de tudo, uma disputa por projetos políticos de poder. Uma disputa de um espetáculo em aberto.

Para Carla Rodrigues (Filosofia/UFRJ): “Quando o filósofo Giorgio Agamben pergunta o que significa ser contemporâneo, faz dessa questão o início de um inquietante debate sobre o 'nosso tempo' e sobre o que significa tentar compreender e refletir sobre o que se passa aqui, agora. É esse esforço de reflexão sobre o presente que nos traz o livro O Espetáculo do Gênero: uma cruzada no século XXI, de Igor Viana, uma combinação inteligente e rigorosa entre pesquisa acadêmica e ativismo. Sem se deixar cegar pela escuridão e sem pretender ser aquele que dirá a verdade sobre o tempo presente, o autor nos conduz a um percurso próprio, pessoal, autoral e ao mesmo tempo capaz de produzir conhecimento relevante nesse momento em que a pesquisa acadêmica está sob suspeita. O livro é, por tudo isso, uma leitura necessária para todos e todas aqueles que pretendem refletir sobre as disputas em torno do conceito de gênero que, como indica o autor, estão longe de chegar à cena final."

Para Maria Fernanda Salcedo Repolês (Direito/UFMG): “O livro de Igor Viana é profético, não fosse sua clara reconstrução dos eventos históricos do surgimento da ideia de ideologia de gênero no mundo e no Brasil terem demonstrado todos os sinais da onda que eventualmente veio. A tese central do livro acerta ao redimensionar gênero não como uma temática endógena do feminismo ou dos estudos sobre sexualidade, mas como uma disputa geopolítica e cultural, da qual o próprio feminismo faz parte. Discutir gênero no contexto da escalada da extrema-direita deixa claro que esta é uma agenda estratégica para se debater e se disputar politicamente os sentidos do direito, da democracia, da liberdade e da igualdade.”

Então, vai lá e aperta o play!

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