Listen

Description

Sou minha própria luz e escuridão, isso me ensinou a solitude [solidão]. Depois de morrer tantas vezes, poucas coisas me fazem chorar. A verdade é que minha paz assumiu seu caráter inalterável; já não me interessa demonstrar nada a ninguém. E, ainda, que tenha uma carrada de feridas na alma e tantas coisas que perdoar, também não me deixo amedrontar por situações que, com o tempo, poderei solucionar. Choro se tenho que chorar e calo quando tenho que calar, não me estresso se tudo o que amo decide se afastar, o que cada um faz é mui respeitável. Não guardo ressentimentos nem nada que me faça sentir culpável, há coisas na vida que são mais importantes. Depois de tantas cicatrizes já nada é o mesmo; aprendi a ser valente e, agora, sou distinto.

Estou só; mas não necessito a qualquer. Não sei por que, mas algumas pessoas preenchem os espaços vazios, enquanto outras enfatizam minha solidão. Em realidade, satisfaz os que me deixam viver com a ideia que tenho deles.

Escrevo porque com a língua não chego a lamber as feridas. Escrevo para ter, sempre, um lugar para regressar.

'Não abuses de um coração Nobre; muito provavelmente não voltarão a oferecê-lo.'

Música: Agua de Ambato (Preludio) guitarra Jorge Luis Reales.