Uma história não tem princípio nem fim; tem — somente — portas de entrada. Uma história é um labirinto infinito de palavras, imagens e espíritos conjurados para desvelar a verdade invisível sobre nós mesmos. Uma história é, indubitavelmente, uma conversação entre quem a narra e quem a escuta, e um narrador somente pode contar até onde chega o seu ofício e um leitor somente pode ler até onde carrega escrito dentro da sua alma.
Esta é a regra mestra que sustém todo artifício do papel e tinta, porque quando se apagam as luzes, se silencia a música e se esvazia o parterre, o único que importa é o espelhismo que ficou gravado no teatro da imaginação, que alberga todo leitor em sua mente. Isso e a esperança que todo contista carrega dentro: que o leitor tenha aberto seu coração a alguma de suas criaturas de papel e tenha entregado algo de si mesmo para fazê-la imortal, mesmo que tenha sido por poucos minutos.
Dito isso, com mais solenidade da que provavelmente merece a ocasião, vale aterrissar mais rente à página e pedir ao amigo leitor que nos acompanhe ao desfecho dessa história e nos ajude a encontrar o mais difícil para um pobre narrador atrapalhado em seu próprio labirinto: a porta de saída.
Prelúdio de
El Laberinto de los Espíritus (El Cementerio de los Libros Olvidados. Volumen IV), de Julián Carax, Éditions de la Lumière, Paris, 1992. Edición a
cargo de Émile de Rosiers Castellaine
Prefácio poético
Los átomos [Juan Gil Albert] – Amparo Valle – voz
Trilha sonora
La soledad de un tetracrómata [Lionel Scardino]
Diablo acá [Lionel Scardino]
El hambre [Lionel Scardino]
Me escuchaba [Lionel Scardino]
Fisión de Mila [Lionel Scardino]
La luz de Medrano [Lionel Scardino]
Posfácio poético
Aunque tú no lo sepas [Luis García Montero] – Luis García Montero – voz
Foto de capa
@sotblindlamp