[vou.] é o incipiente registro da terceira temporada do Podcast ‘Três Luas para Graciliano Soledad’. Abriga a fronteira pendular do abismo entre ir/permanecer/abandono/desprender/do seguir.
[vou.] é um disfarce, valente simulacro de projétil de uma escrita que me defende, porque não sei fabricar outra arma além das palavras e, depois de tudo, com algo tinha que disparar.
Há um ético romance e atônita beleza de luta e entrega no homem que vai à conquista daquilo que sabe inconquistável. O homem que será vencido, mas que caminha com passos implacáveis até seu destino fatal. Quando o virmos passar em sua aparente inútil conquista, podemos dizer: lá vai, ‘arroupado’ em seus sonhos vãos. Somente ele saberá — em nossa ignorância —, que ser vencido abriga dignidade, que as armas manchadas de tristezas levam ao silêncio de uma paixão e de um amor que será sempre desconhecido aos demais.
'Há pessoas que, depois de tanto querer [e não ser correspondidas], um dia se vão; sem fazer demasiado barulho, ruído, para que nunca saibam o momento exato em que as perderam. Vou, porque se fico nunca te darás conta de que sempre estive.'
Foto: Don Justo Benedictti, Historias mínimas [Argentina: 2002] (in frame);