Jesus foi entregue ao governador romano Pilatos. Os principais sacerdotes e os anciões do povo entraram em conselho contra Jesus, a acusação de blasfêmia foi preparada nessa reunião ao romper do dia. Eles se empenharam para condenar Jesus. Mas a decisão de condenar Jesus a morte só poderia ser levada adiante por Pilatos.
“Então Judas, que o traiu, vendo que Jesus havia sido condenado, tocado de remorso, devolveu as trinta moedas de prata aos principais sacerdotes e aos anciãos, dizendo: — Pequei, traindo sangue inocente. Eles, porém, responderam: — Que nos importa? Isso é com você. Então Judas, atirando as moedas de prata para dentro do templo, retirou-se e se enforcou.” Mateus 27:3-5
Judas Iscariotes foi um dos doze apóstolos de Cristo, não se sabe muito sobre ele, exceto que traiu e entregou o Filho de Deus às autoridades. Quando Judas viu que Jesus havia sido condenado ele sentiu remorso.
A história de traição de Judas se contrasta com de Pedro que negou a Cristo. Pedro, após ter negado Jesus, terminou com lágrimas de arrependimento verdadeiro, uma “metanoia”, que levou Pedro a uma mudança de comportamento, um arrependimento para a salvação.
Já Judas foi tocado de remorso (metamelomai), um remorso sem qualquer aparente submissão a Deus. O remorso que ele sentiu, não o levou a Deus e ao arrependimento verdadeiro, mas ao desespero e suicídio. Incapaz de enfrentar sua esmagadora culpa, foi enforcar-se.
Não podemos confundir remorso com a arrependimento verdadeiro. Em vez de se arrepender e correr para a presença de Deus em busca de misericórdia, Judas buscou devolver as moedas de prata que o condenavam, buscando uma maneira de se livrar da culpa. Ele não se apresentou a Deus em arrependimento como Davi no Salmos 51:
“Compadece-te de mim, ó Deus, segundo a tua benignidade; e, segundo a multidão das tuas misericórdias, apaga as minhas transgressões. Lava-me completamente da minha iniquidade e purifica-me do meu pecado. Pois eu conheço as minhas transgressões, e o meu pecado está sempre diante de mim.” Salmos 51:1-3
Não basta estar convencido do erro e sentir tristeza por ele. É preciso dar meia-volta e retornar para o Senhor em arrependimento. Sempre que pecamos, nossa melhor opção diante diante de Deus é o arrependimento. O arrependimento é uma ordenança de Jesus, para entrarmos em seu Reino. Como vimos nas bem-aventuranças, somente os pobres de espírito podem entrar no reino dos céus, eles se arrependem, estão convencidos dos seus pecados e não tentam escondê-los de Deus.
O valor devolvido por Judas não serviu como oferta, mas foi o cumprimento da profecia, usado na compra do campo do oleiro, transformado em cemitério para os forasteiros. O campo de sangue surgiu da associação com a morte violenta de Judas. (Zacarias 11:11-13)
“Então pesaram o meu salário: trinta moedas de prata. Então o Senhor me disse: — Pegue esse dinheiro, esse magnífico preço em que fui avaliado por eles, e jogue para o oleiro. Peguei as trinta moedas de prata e as joguei para o oleiro, na Casa do Senhor.” Zacarias 11:12-13
Podemos encerrar refletindo: o quão valioso Jesus é para nós? Que possamos estimá-lo acima de tudo, acima de qualquer valor. Que Jesus seja o mais valioso e o mais importante em nossas vidas.
Pra. Nathália Tonezer