“Ao descerem do monte, Jesus lhes ordenou: — Não contem a ninguém o que vocês viram, até que o Filho do Homem ressuscite dentre os mortos. Mas os discípulos perguntaram a Jesus: — Por que, então, os escribas dizem ser necessário que Elias venha primeiro? Jesus respondeu: — De fato, Elias virá e restaurará todas as coisas. Eu, porém, lhes digo que Elias já veio, e não o reconheceram; pelo contrário, fizeram com ele tudo o que quiseram. Assim também o Filho do Homem irá sofrer nas mãos deles. Então os discípulos entenderam que ele estava se referindo a João Batista.”
Pedro, Tiago e João estavam convencidos de que Jesus era o Messias. Como vimos em Mt 16:16, Pedro ao falar em nome de todos os discípulos, confessou: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo”. Além disso, conforme estudamos na passagem anterior, todos os três tinham visto Jesus transfigurado no monte e contemplado sua glória divina. Agora eles estavam se perguntando por que os escribas insistiam tanto na ideia de que Elias precisava vir antes do Messias. No entendimento dos discípulos, o Messias já tinha vindo, mas Elias não havia chegado antes dele.
Os escribas eram teólogos, entendiam a lei do Antigo Testamento, e ensinavam que Elias tinha de vir antes do Messias. A profecia sobre a vinda de Elias é a última registrada no Antigo Testamento. Nós a encontramos no último livro do Antigo Testamento, o livro de Malaquias, ao final do último capítulo. Lemos ali: “Eis que eu vos enviarei o profeta Elias, antes que venha o grande e terrível Dia do SENHOR; ele converterá o coração dos pais aos filhos e o coração dos filhos a seus pais, para que eu não venha e fira a terra com maldição” (Ml 4.5-6). Com esta profecia em mente, o povo judeu havia aguardado o retorno de Elias durante 400 anos.
Jesus respondeu: — De fato, Elias virá e restaurará todas as coisas. Eu, porém, lhes digo que Elias já veio, e não o reconheceram; pelo contrário, fizeram com ele tudo o que quiseram.
Elias já tinha vindo, o qual era, na verdade, João Batista. Ele era um grande profeta e veio ao mundo em cumprimento à profecia (Lc 1:17a). Foi ele quem preparou o caminho do Senhor. Foi ele quem batizou Jesus para que este desse início ao seu ministério. Ele veio no espírito e no poder de Elias. Assim como Elias, na força do Senhor, confrontou o rei Acabe, o povo e os profetas de Baal, conclamando o povo de Israel a abandonar os ídolos e a voltar-se para Deus, João Batista também confrontou o rei Herodes Antipas, o povo e as autoridades religiosas de Israel, conclamando o povo ao arrependimento.
Após as palavras de Jesus os discípulos entenderam que em João Batista se cumpriu a profecia de Elias.
Jesus também disse que “Assim também o Filho do Homem irá sofrer nas mãos deles”. Jesus seria maltratado e morto pelos líderes religiosos judeus em semelhança a João Batista. Portanto, apesar da glória que os discípulos acabaram de ver no monte, este não era o momento da glória e sim da cruz. A Glória de Cristo passa pela cruz, foi assim que o Pai ordenou que a restauração de todas as coisas acontecesse e o Filho cumpriu se entregando por suas ovelhas (Jo 10:11) e pela sua igreja (Ef 5:25).
Pra. Nathália F Tonezer
IEQ Sede Hortolândia/ SP
