Essa carta é endereçada a Filemom, um rico senhor de escravos, convertido a Cristo pelo ministério de Paulo (v. 1, 19), e também à igreja que se reúne em sua casa (v. 2). Possivelmente Filemom morava na cidade de Colossos, no vale do rio Lico, cidade próxima de Hierápolis e Laodiceia, na Ásia Menor. Filemom era marido de Áfia e pai de Arquipo, o pastor da igreja de Colossos.
Assim, a carta nos apresenta uma família comum de uma pequena cidade da frígia, no vale do Lico.
Havia uma igreja que se reunia na própria casa de Filemom (v. 2). Essa família não apenas pertencia a Cristo, mas estava a serviço de Cristo. A casa deles não apenas havia sido transformada pelo poder do evangelho, mas estava a serviço do evangelho. Eles não apenas faziam parte da igreja, mas também abrigavam a igreja em sua própria casa.
Na sua terceira viagem missionária, Paulo trabalhou três anos na cidade de Éfeso, capital da Ásia Menor (At 20.31). Dali o evangelho irradiou-se por toda a Ásia (At 19.10). Foi nesse tempo que Filemom teve a oportunidade de ouvir o evangelho por intermédio de Paulo.
O apóstolo tinha um estreito relacionamento com Filemom, cidadão abastado de Colossos. Possivelmente Filemom morava na cidade de Colossos, no vale do rio Lico, cidade próxima de Hierápolis e Laodiceia, na Ásia Menor. Filemom era marido de Áfia e pai de Arquipo, o pastor da igreja de Colossos.
Arquipo, filho de Filemom, havia assumido o pastorado da igreja na ausência de Epafras (Cl 4.17).
Paulo escreve essa carta para enviar Onésimo, o escravo fugitivo, agora convertido a Cristo, de volta ao seu senhor. O evangelho o havia libertado espiritualmente, mas não o dispensava de seus deveres sociais.
O evangelho não alforriou os escravos de seus deveres, mas quebrou suas algemas espirituais e os libertou para uma nova vida em Cristo. Não bastava a Onésimo estar arrependido de seu delito. A restituição era o passo seguinte a ser dado. E ambos, Paulo e Onésimo, decidiram por isso.
Possivelmente, Onésimo, além de fugir da casa de seu senhor, também havia subtraído alguns pertences de Filemom. Era duplamente culpado. Segundo a lei romana, ele podia ser preso, torturado e morto. Contudo, Onésimo, fugindo da escravidão, encontra sua verdadeira liberdade em Cristo. Torna-se um novo homem. Agora, mesmo sob o jugo da escravidão, está verdadeiramente livre.
Mesmo sendo útil a Paulo em Roma, o velho apóstolo resolve devolvê-lo ao seu dono. Antes, porém, roga em nome do amor, para que Filemom receba o escravo como a um irmão.
A tônica dessa carta é o perdão. Filemom deveria perdoar aquele a quem Deus já havia perdoado. Filemom não deveria punir aquele por quem Cristo já havia sido castigado na cruz. Filemom deveria receber como a um filho o escravo que o havia desonrado.
Paulo agiu como advogado de Onésimo. Ele confiou que Onésimo voltaria ao seu senhor e se submeteria a ele, sujeitando-se às consequências de seus atos. Paulo confiava em Onésimo como um verdadeiro irmão na fé. Paulo não só endossou a volta do seu filho na fé ao seu senhor, mas dispôs-se a pagar quaisquer pendências financeiras do escravo fugitivo (v. 18).
O evangelho de Cristo não apenas torna as pessoas iguais, mas também as aproxima. Num tribunal secular, Filemom seria colocado de um lado e Onésimo do outro. De um lado estaria o patrão espoliado e do outro, o empregado ladrão. Porém, o evangelho transforma os corações, as circunstâncias e aproxima aqueles que as leis humanas só poderiam separar.
Por meio da fé comum em Cristo Jesus, Filemom e Onésimo são unidos. Deus ainda reconcilia pessoas apesar de suas diferenças e ofensas.
Pastora Raquel Carneiro / IEQ sede