Enquanto Jesus era observado pelos convidados na casa desse fariseu, Jesus também os observa.
O que Jesus notou foi que, quando chegou o momento dos convidados se reclinarem à mesa, houve uma porfia inconveniente em busca dos lugares de mais honra.
Essa era definitivamente uma violação da etiqueta correspondente à mesa. A pessoa encarregada — nesse caso o anfitrião —, sob as ordens do dono da casa, embora às vezes o dono e o anfitrião fossem a mesma pessoa, havia reservado os assentos de mais honra.
Não no sentido em que colocasse neles um grande letreiro: RESERVADO, mas no sentido em que ele queria que esses lugares fossem ocupados por determinados convivas, e não por outras pessoas.
Enquanto eles censuram Jesus por curar um homem doente no sábado, estão nutrindo no coração, nesse próprio jantar, uma atitude de soberba. Então, Jesus conta uma parábola para ensinar duas lições centrais.
Em primeiro lugar, a necessidade imperativa da humildade (Lc 14.7-11). Jesus conta uma parábola para ensinar o princípio exarado em Lc 14.11. Pois, todo o que se exalta será humilhado; e o que se humilha será exaltado.
A parábola tem que ver com um convite para o casamento. Em vez de o convidado chegar à festa e imediatamente ocupar os primeiros lugares, deve procurar os últimos lugares.
Pois, é um grande constrangimento ser solicitado para sair de um lugar de honra a fim de dar a vez a outro convidado mais digno.
Porém, é uma grande honra estar assente nos últimos lugares e ser convidado pelo dono da festa a ocupar lugar de maior destaque.
Essa parábola mostra que a humildade é a antessala da honra, mas a soberba é a plataforma da vergonha. Quem se humilha é exaltado; quem se exalta é humilhado.
Em segundo lugar, a necessidade imperativa da motivação certa (Lc 14.12- 14). Jesus se dirige agora ao líder fariseu que o convidara para comer em sua casa, mostrando-lhe que a hospitalidade e a generosidade de um banquete oferecido aos convivas precisam ter a motivação certa.
Há muitos que expressam a sua vaidade num banquete, em vez de demonstrar sua generosidade. Ressaltam sua grandeza, em vez de demonstrar sua compaixão.
Fazem propaganda de sua riqueza, em vez de revelar sua bondade. Convidam pessoas ricas para receber em troca redobrada recompensa, em vez de expressarem amor aos que não têm com o que retribuir.
E claro que Jesus não está aqui proibindo ninguém de convidar seus pares, seus amigos e sua família para um banquete. O que Jesus está proibindo é a motivação egoísta de só oferecer um banquete àqueles que podem devolver o favor ou só dar para receber em troca a benevolência.
Jesus ensina que devemos honrar aqueles que nada podem retribuir-nos nesta vida, para que nossa recompensa seja recebida na ressurreição dos justos.
Pastor Valter dos Santos / IEQ sede