A passagem do jovem rico também é apresentada nos evangelhos de Marcos 10:17-22 e Lucas 18:18-23. Mateus relata que este jovem se aproximou de Jesus e lhe fez uma pergunta. Já Marcos fala que este jovem se colocou no caminho de Jesus, correu ao seu encontro e ajoelhando-se diante dele, fez uma pergunta. O jovem ansiava pela reposta de Jesus. Ele fez de tudo para fazer a pergunta à Jesus, pois seu coração ansiava por uma resposta e ele sabia que Jesus teria a resposta que buscava.
Vamos analisar rapidamente esse jovem: ele era rico e possuía muitas propriedades, obedecia as leis como ele mesmo fala a Jesus no versículo 20, provavelmente ocupava posição de liderança, porém, nada disso preencheu o vazio do seu coração.
A pergunta do jovem a Jesus foi: “Mestre, que farei de bom para alcançar a vida eterna?”
Em outras palavras esse jovem queria saber o que era necessário para entrar no Reinos dos Céus. Ele estava ansioso por algo que não havia encontrado no dinheiro. No fundo ele sabia que não possuía a vida eterna por obedecer as leis. Ele não queria enganar a si mesmo, ele queria ser salvo.
Vamos a reposta de Jesus: “Não mate, não cometa adultério, não furte, não dê falso testemunho; honre o seu pai e a sua mãe e ame o seu próximo como você ama a si mesmo.” O jovem disse: — Tudo isso tenho observado. O que me falta ainda?” O jovem se julgava alguém cheio de qualidades, um jovem íntegro, rico, que obedecia a lei, vivia de forma honrada, dentro dos mais rígidos padrões morais, possuía uma excelente conduta exterior. Mas não tinha entendido que nenhuma de suas obras poderia salvá-lo. Ele viu a salvação como uma questão de mérito, e não como um presente da graça de Deus. Muitas vezes nos comportamos como esse jovem, quando achamos que nossa obediência e bom comportamento nos tornam merecedores de algo. Precisamos entender que nada temos de bom em nós mesmos para apresentar diante de Deus, “todos somos como o imundo, e todas as nossas justiças, como trapo da imundícia aos olhos do Deus santo” Is 64.6. Se achamos que merecemos a vida eterna pelas nossas obras e não pelo sacrifício de Jesus, é porque não enxergamos nossa necessidade de Cristo. A salvação não consiste naquilo que fazemos para Deus, mas no que Deus fez por nós em Cristo Jesus. O que faltava a esse jovem? O novo nascimento, a conversão, o buscar a Deus em primeiro lugar.
Jesus pediu para o jovem abrir mão de todos os seus bens pois identificou a cobiça em seu coração. Aqui vemos mais uma vez que Jesus não olhava a aparência, e sim o coração. Jesus viu no coração desse homem o amor ao dinheiro. O dinheiro era o seu deus, era um ídolo, ele confiava nele e o adorava. O amor ao dinheiro impedia o jovem de obedecer ao principal mandamento.
Quando perguntaram para a Jesus qual é o maior mandamento, ele respondeu: “ Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o seu coração, de toda a tua alma e de todo o seu entendimento” Mt 22:37.
O jovem precisava colocar seu ídolo de lado e seguir Jesus, para obter o tesouro mais precioso que nunca enferrujaria ou se esgotaria. Ele queria a vida eterna, mas não renunciou aos seus ídolos. A salvação é para aqueles que estão dispostos a abandonar tudo.
Com tristeza olhamos para esse jovem que afastou-se de Jesus pois não estava disposto a abrir mão de seus tesouros terrenos pela pérola de grande valor. Ele foi amado por Jesus (Mc 10.21), mas, mesmo assim, desperdiçou a maior oportunidade da sua vida. O jovem procurou a pessoa certa, abordou o tema certo, recebeu a resposta certa mas tomou a decisão errada. Ele amou mais o dinheiro do que a Deus. Que possamos aprender com essa passagem a não trocar Jesus por nada nesse mundo, Ele é o tesouro mais precioso e muito melhor que qualquer riqueza que a vida possa nos oferecer. Só Jesus satisfaz o nosso coração.