Ouvimos aqui a terceira parte da caminhada com João Salaviza - cineasta que, juntamente com a sua parceira de vida Renée (também cineasta), se mudou para o Brasil em 2014 para acompanhar, filmar e conhecer uma tribo ancestral: os Krahô.
Um depoimento na primeira pessoa de alguém que vive no seio desta comunidade que habita o cerrado (bioma brasileiro), que nos dá a oportunidade de reflectir sobre os dados que consideramos adquiridos na civilização ocidental a partir da diferença: desde a organização política, à económica, à cultural e à ambiental.
Aconteceu no dia 27 de setembro de 2020, em Monchique.
Por motivos pessoais, a Renée não pode estar presente no dia da caminhada, como estava planeado.
BIOGRAFIA
João Salaviza (Lisboa, 1984) e Renée Nader Messora (São Paulo, 1979) encontram-se na Argentina, enquanto frequentam a Universidad del Cine de Buenos Aires, em 2006. Em 2010, Renée conhece o povo indígena Krahô, habitantes imemoriais do Norte do Brasil. João juntou-se em 2014. Desde então, têm vivido e trabalho com os Krahô, passando longas temporadas na Terra Indígena. Colaboram com os Mentuwajê Guardiões da Cultura - um colectivo de jovens indígenas que utilizam as ferramentas audiovisuais para o fortalecimento da identidade cultural e a autodeterminação. Em 2018, João e Renée lançam a longa Chuva é Cantoria na Aldeia dos Mortos, que estreou no Festival de Cannes, conquistando o Prémio Especial do Júri - Un Certain Regard.
TEMA
A Terra Indígena do povo Krahô ocupa uma extensão de 300.000 hectares, no Cerrado - um tipo de savana que é um dos mais ameaçados ecossistemas do Brasil. Durante esta caminhada pela serra de Monchique, propomos um encontro com os Krahô através das memórias, sons e imagens que construímos com eles nos últimos anos.