Ontem o Ibovespa encerrou a sua sequência de cinco ganhos consecutivos e iniciou a semana em queda, preocupado com o fiscal do país. O índice até ficou no positivo boa parte do dia, sustentado pela Petrobras, que liderou os ganhos após o novo presidente, Silva e Luna, afirmar em sua primeira apresentação aos acionistas que quer dar maior previsibilidade aos preços do combustível, mas não deve deixar de seguir a paridade internacional. O que é bastante importante.
Mas ao longo do pregão, o que impactou negativamente no mercado foi a fala da ministra da Secretaria de Governo, Flávia Arruda, em live da XP, sobre os cortes das emendas parlamentares incluídas no Orçamento serem de apenas R$10,5 bilhões, longe dos R$ 16 bilhões que são o total acrescidos em emendas e seria o melhor a ser cortado.
Entretanto, o desgaste da sua fala foi bem menor do que o que veio a acontecer na parte da noite no Congresso Nacional, quando parlamentares aprovaram uma mudança na LDO, que é a lei de Diretrizes Orçamentárias, e que direciona como será o Orçamento da União, permitindo que os gastos relacionados a pandemia sejam retirados da meta fiscal. Com isso, os parlamentares resolvem o problema que estamos tendo para aprovação do Orçamento, permitindo que ele seja modificado e o presidente Bolsonaro possa aprovar sem correr risco de sofrer impeachment por improbidade administrativa, mas também passa por fora um cheque em branco que deve ter custos superiores aos R$ 100 bilhões. É mais ou menos como se tivessem decretado um estado de calamidade, sem ter decretado oficialmente.
O projeto de lei está agora nas mãos do presidente Bolsonaro, para que ele possa aprovar e dar fim a esse assunto, de uma maneira onde ele não vai gerar mais desgastes na relação com parlamentares, mas significará uma derrota a sua equipe econômica, inclusive o Paulo Guedes, que perdeu um pouco de moral com deputados e senadores.
No mercado internacional, o cenário não ajuda no humor, com os indices futuros americanos amanhecendo em queda, a medida que investidores embolsam um pouco dos lucros após máximas históricas na semana passada e adotando cautela enquanto são divulgados resultados de empresas.
Na Europa os mercado também estão em queda, apesar do Reino Unido ter registrado uma queda inesperada da sua taxa de desemprego no período entre dezembro e fevereiro, para 4,9%, enquanto economistas esperavam que ela chegasse a 5,1%. Pesa nas ações de algumas empresas de tabaco europeias o relatório do governo dos EUA que considera uma regra para retirar os níveis de dependência de nicotina em cigarros.
Na Ásia, os mercados fecharam mistos, com uma queda maior do índice japonês, a medida que os novos casos de covid-19 aumentam no país e surgem os riscos de novas medidas mais restritivas que afetariam a economia. Na China os índices do país fecharam mistos, e de lá, está repercutindo uma fala do líder Xi Jinping pedindo maior integração econômica global e alertou para que um ou alguns países – sem nomear os EUA diretamente - parem de impor suas regras a outros (países). Lembrando que essa semana líderes das principais economia globais se encontram na Cúpula do Clima.
Amanhã, a B3 não abre devido ao feriado de Tiradentes.
Uma ótima terça-feira a todos e continuem se informando pelas demais plataformas:
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