Com quatro álbuns e 14 músicas autorais gravadas, a cantora Amanda Garruth celebra, em 2021, 15 anos de caminhada musical. A artista independente comemora o amadurecimento profissional, as parcerias e as conquistas na trajetória musical. Sua discografia e o repertório autoral coincidem com a democratização das produções musicais, proporcionada pela internet, e acompanham as mudanças e modernizações no setor fonográfico ao longo dos últimos anos.
“Percebo a cena musical atual dividida entre artistas da grande mídia e artistas locais. Eu sou uma artista local e independente, que faz Música no seu próprio tempo e por meio de seus próprios investimentos; que é estimulada pela busca da expressão artística; que precisa se dividir entre Música e outras atividades”, explica.
Amanda descobriu sua inclinação para a Música tardiamente, já com 21 anos, em 2003. Começou a fazer aulas de canto por curiosidade e foi se apaixonando pelas sensações, descobrindo o poder transformador da Música. Hoje, Amanda entende que a descoberta de sua musicalidade foi, e continua sendo, uma poderosa ferramenta de autoconhecimento na sua vida.
A iniciação como letrista também foi despretensiosa. Ela conta que escrevia poemas por lazer e catarse. Anos depois, o músico Jorge Canaan mostrou-lhe que esses poemas poderiam virar músicas. “Eu queria gravar um CD para divulgação e não conhecia compositores. Assim, com letras musicadas por ele e seu parceiro Franklin Gama, eu me tornei letrista. Isso foi em 2007”, conta.
Seu processo criativo não é constante. Amanda depende bastante de ócio e apaziguamento para liberar a criatividade. “Eu tenho um bloco de anotações em que escrevo ideias soltas ou textos inteiros. Uma letra, para mim, pode surgir da observação de um objeto de arte, de um sentimento ou de uma reflexão minha. Eu me baseio no meu íntimo e nas elaborações que faço da vida. Eu espero o meu tempo para, então, escrever. Eu não quero compartilhar algo que ainda esteja mal resolvido em mim.”
Formada em Letras, ela percebe a importância de sua formação acadêmica para sua faceta de letrista. O curioso é que, na época da faculdade, não imaginava que um dia se envolveria com Música.
O talento musical vem da família materna, através de seu avô Dario Garruth, um clarinetista capixaba. Por meio do trabalho musical, Amanda fortaleceu vínculos com o Espírito Santo, especialmente Cachoeiro de Itapemirim, onde sempre divulgou seus discos, tendo excelente acolhida pela mídia local.
“Sou uma cantora que se compreende mais como artista do que como cantora. Ainda, posso dizer que sou uma artista/cantora em formação de maneira exposta ao público. Sou muito autocrítica”, revela. Ela confessa que prefere palco a estúdio. Além da troca com as pessoas, que é o grande fator motivador, acrescenta que o palco também dá mais liberdade de errar e consertar espontaneamente. “O estúdio me deixa tensa, devido à pressão que eu coloco em mim mesma para eu ter que ser perfeita, sabendo que não serei, pois sou humana. A Música sempre me ajuda a lidar com meu perfeccionismo.”