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“Como o vaso, que ele fazia de barro, quebrou-se na mão do oleiro, tornou a fazer dele outro vaso, conforme o que pareceu bem aos olhos do oleiro fazer.”(Jer 18:4)

 

Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte meu coração continuará sendo teu. Meus pés continuarão firmes em Ti e meus lábios continuarão cantando a mesma canção : tu és bom. Se a tragédia repentina me assaltar, quando o luto me envolver, quando a perda tocar quem eu amo e por fora eu me quebrar, ainda assim em tuas mãos eu confiarei o meu destino. Aquilo que se quebra não tem mais utilidade, mas quando eu sou quebrado e a dor adoece meus ossos, meus cacos em tuas mãos são matérias primas para a construção de uma nova forma. Cacos são porções do novo. O que se quebra nas mãos do Oleiro não é considerado perda, não é descarte, mas são cristais que transformarão pessoas comuns em memoriais raros. Só o oleiro pode, só o oleiro faz e refaz de um mesmo vaso um odre de valor. Quem refaz não começa de algo novo, reconstrói do que foi quebrado, e do que foi quebrado Ele faz renascer um novo alabastro. O oleiro que refaz é o mesmo que cura, que liga, que junta e faz os pedaços da minha história se tornarem peças de uma beleza rara. Por isso, que tua misericórdia refaça meu coração. Que tua bondade refaça meu sorriso. Que tua graça refaça meu propósito e teu amor refaça meu destino. Se eu me quebrar, tuas mãos me ajuntarão, e farão das minhas cicatrizes sulcos de glória para mostrar que o valor da segunda casa sempre será maior que o da primeira.