“ Ainda antes que houvesse dia, eu sou; e ninguém há que possa fazer escapar das minhas mãos; agindo eu, quem o impedirá?” ( Is 43:13)
Inviolável e inexplicável é o seu amor. Acordei com a voz do Espírito Santo sussurrando essa frase em meu coração enquanto dormia. Como um lacre que não se rompe, assim foi a sua determinação em me amar. E amor inviolável é aquele que carrega uma essência aonde forças ou universos jamais conseguirão alterar ou desconstruir. O que teu coração construiu ao meu respeito era como um decreto que não se podia revogar. Incomparável e inexplicável, mas acessível e eterno. O que não se explica, não se entende. E assim foi teu propósito pela criação. A mente humana nunca conseguiu explicar o que foi a ativação do perdão, a aplicação da redenção, nem a manifestação da atração. Um amor que me atraiu primeiro, me desejou primeiro, me perdoou primeiro, me curou primeiro. Ainda antes que houvesse dia, o Pai diz, EU SOU. e ninguém há que possa fazer escapar das minhas mãos ( inviolável) ; agindo eu, quem o impedirá ( inexplicável )? Assim eu te descrevo: o Deus Amor que não alterou o lacre do seu propósito mesmo sabendo que eu carregava uma essência que O feria. Vontade “Boulema”, vontade irrevogável, determinação de um Pai que estabeleceu O caminho para a volta dos pródigos que retornariam para os seus braços. Eu era como um deles. Uma pródiga que desprezou a herança, mas que não encontrou na autonomia do seu coração a mesma beleza de ser serva. Era assim que eu imaginava. O desejo de ir embora para traí-lo poderia ter violado seu amor por mim, e agora estar de volta me faria serva. Mas ainda assim, serva do seu reino seria melhor que serva de mim mesma. Porém, seu amor era inviolável e inexplicável. E assim acontece com todos aqueles que retornam. Teus olhos os avistam de longe, e teus pés se apressam para ter no aconchego do seu abraço aqueles que te abandonaram confirmando que são inviolavelmente amados e inexplicavelmente filhos. Mesmo rejeitando sua companhia e vagando como um andarilha vazia, quando eu decidi voltar, teu amor inviolável e inexplicável se levantou como dois braços na cruz definindo sobre a morte o direito da minha filiação e sobre o inferno o poder da minha herança.