“Estamos vivendo uma conjuntura marcada por uma fascistização da política brasileira, das instituições, que estão sendo cada vez mais desacreditadas, tanto por essa fascistização quanto porque elas próprias também se desacreditaram quando se envolveram com toda a trama golpista, que começa em 2005. As instituições estão em pré-falência já há alguns anos. Elas não têm força para impedir os arroubos mais reacionários do Bolsonaro. Bolsonaro representa um projeto que não é só o extremo neoliberalismo; é um projeto de destruição do Estado brasileiro. Ele não pretende, é claro, acabar com o Estado, mas pretende transformá-lo naquilo que o velho Marx dizia: um comitê para gerenciar os negócios da burguesia. O resto da população não é um problema”.
Palavras de Lincoln Secco, professor de história da USP, a Eleonora e Rodolfo, do TUTAMÉIA. “É um projeto mesmo que está em curso. É um projeto de ‘resolver’ o problema da pandemia através da morte de milhões de pessoas. Ele disse isso: ‘Olha, todo mundo tem de pegar a doença, e quem sobreviver, sobrevive’. Ele já está avisando: não vai ter Estado para vacinar, não vai ter Estado para cuidar, porque essa parte do Estado social, ela não interessa ao capital”, afirma.