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“As notícias que vêm do Norte são um pequeno ânimo para as forças democráticas no Brasil. A vitória de Biden tira ventilador de Bolsonaro, que não vai ter um amigo na Casa Branca, um apoio, e isso é importante. A burguesia brasileira ainda não se convenceu de que seria útil se libertar do Bolsonaro. Isso por causa do Paulo Guedes, as reformas. Fico surpreendido porque o Brasil não vai para rua. Uma destituição precisa de rua, uma mobilização que realmente significasse uma ameaça para esse senhor que realmente tem que sair. Não é só por incompetência. Há intenção, um darwinismo social. Bolsonaro encontrou uma forma de se libertar daquelas populações que ele despreza: as pobres e negras. Não haverá destituição de Bolsonaro sem o movimento popular. Pacífico, com regras de segurança, inventem o que quiserem!”.

O desabafo é do sociólogo Boaventura de Sousa Santos em entrevista a Eleonora e Rodolfo, do TUTAMÉIA. Professor catedrático jubilado da Universidade de Coimbra e autor, entre muitos outros livros, de “Esquerda do Mundo, Uni-vos”, ele fala de seus estudos sobre as alianças das esquerdas do planeta. E declara: “As esquerdas estão começando a se dar conta que estamos num mundo novo. Um mundo pré-fascista e, portanto, as esquerdas têm que, realmente, sem perder a sua identidade, unirem-se de uma maneira pragmática. Se o fizessem, já estaríamos hoje melhores”.