“O cerco de Paris leva a um caso extremo de fome. E as mulheres se rebelam. Elas se rebelam muito fortemente contra a Terceira República. Quando é determinado que os canhões de Paris deveriam ser tomados pelas tropas de Versalhes, Louise Michel é uma das que dão o sinal de que as tropas estão vindo, e essas mulheres rapidamente se colocam na rua. Se colocam diante dos soldados, numa tentativa de proteger aqueles equipamentos, que eram considerados da população. Eles não queriam ficar desarmados. Diante dessas mulheres e dos canhões, por mais que os generais dessem ordem de fogo!, os soldados não atiraram. E acabaram aderindo à Comuna de Paris. Temos a figura feminina como muito importante. Elas vão às ruas, tomam os espaços em frente aos canhões, algumas inclusive com suas crianças, afirmando: ‘Paris vai resistir. Nossa cidade não será tomada’!”
Assim a historiadora Samantha Lodi descreve os acontecimentos da manhã de dia 18 de março de 1871, quando é deflagrado o movimento que ficou conhecido na história como a Comuna de Paris. Lodi e a também historiadora Samanta Colhado Mendes participaram de programa especial de Eleonora e Rodolfo, do TUTAMÉIA,dedicado a lembrar a participação das mulheres naquela insurreição e debater o seu legado para a história, para os homens e as mulheres de hoje.