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Não houve preparação. Houve descaso, houve ignorância, houve negação da ciência, e nós estamos atualmente numa situação de muita dor. Existe muito sofrimento. Aqui na arquidiocese de Manaus, vieram a óbito, nesta segunda onda, quatro sacerdotes. Quatro! Também lideranças nossas, nas comunidades; ministros que levam a Palavra, a Eucaristia, também vieram a óbito. É difícil encontrar uma família que não tenha sofrido com o falecimento de algum ente querido. A situação é de imensa gravidade. Há filas de pessoas para serem internadas; há filas de pessoas para serem colocadas em UTIs, há filas de pessoas para serem levadas para outros Estados.”

Esse é o retrato do Amazonas segundo as palavras de dom Leonardo Ulrich Steiner, arcebispo da arquidiocese de Manaus. Em entrevista a Eleonora e Rodolfo, do TUTAMÉIA, ele afirma: “A situação no Amazonas, especialmente em Manaus, é de colapso. Uma secretária de Saúde de um de nossos municípios diz: ‘As pessoas estão morrendo porque não tem como transportá-las para Manaus. Não temos UTI na nossa região´. Realmente, todos os hospitais que têm UTI e estão mais equipados estão em Manaus. O interior sofre muito. Mas em Manaus mesmo muitas pessoas têm ido a óbito porque não há lugar nos hospitais. Há pouco, tínhamos a falta de oxigênio, as pessoas dentro dos hospitais vindo a óbito por falta de oxigênio. Nosso sistema de saúde está colapsado. Nós estamos exportando doentes para outros Estados”.