Para tentar bajular os estrangeiros, o governo Fernando Henrique Cardoso anunciou, no finalzinho de 2000, que a Petrobras iria virar Petrobrax. A mudança foi bombardeada pela oposição e até por governistas no Congresso. A ideia, formatada por uma agência de publicidade sem licitação, era desvincular a empresa de seu caráter estatal e nacional, abrindo caminho para uma privatização –processos que FHC iniciou quando colocou as ações da companhia na Bolsa de Nova York, em 1997.
A manobra acabou sendo engavetada na época. Mas agora, na prática, ela está sendo implementada por Bolsonaro, que realiza o maior desmonte já sofrido pela empresa. Quem constata essa realidade é Guilherme Estrella, geólogo, ex-diretor de exploração e produção da Petrobrás e “pai do pré-sal”, que, com William Nozaki, cientista político e economista, participa de entrevista ao TUTAMÉIA no momento em que a empresa completa 67 anos, no último dia 3 de outubro.