No início do livro de João, tomamos conhecimento do encontro entre Jesus e um homem comum (Natanael); sem necessidade de uma apresentação formal, Jesus o vê e o elogia publicamente por ser uma pessoa exemplar entre a população local, alguém correto em seu modo de agir e não apenas mais um hipócrita (hipocrisia refere-se a todos que fingem ter crenças, virtudes, ideias e sentimentos, mas na verdade não possuem, e mesmo assim exigem que os outros se comportem dentro de regras que eles não seguem… atuam como artistas representando).
Surpreso, Natanael questiona: de onde o senhor me conhece?
A resposta de Jesus, aparentemente pouco esclarecedora:
…eu já tinha visto você sentado debaixo de uma figueira!
Causa uma reação ainda mais surpreendente, Natanael conclui que estava diante do Filho de Deus, o Salvador da Humanidade…
Considerando a quantidade de citações na Bíblia a esse tipo de árvore, aprendemos que se trata de um abrigo valioso em uma região do oriente médio, em meio ao deserto e em época de poucas construções que oferecessem abrigo, privacidade e conforto. A figueira ainda hoje pode ser refúgio agradável em parques e praças, onde podemos experimentar a sensação de um telhado natural, que convida a meditação e a paz. É justamente essa a característica singular de Natanael, vivendo entre pessoas cegas por uma religiosidade vazia e teatral, ele se separou do rebanho para buscar a compreensão do que não está visível. Ao se retirar para entrar em contato através de uma consciência profunda a respeito de Deus, foi reconhecido como alguém autêntico e também pôde reconhecer em Jesus essa autenticidade; que não está em eventos sociais de massa, celebrações ruidosas e emocionantes. Está no extremo oposto, no íntimo, no silêncio e na contemplação, portanto a única forma de alguém saber como Natanael se portava ao se recolher em meditação sob a figueira, seria através desse contato espiritual, essa sabedoria que não depende de aplausos e cumprimentos de terceiros. (João 1:47-49)
É entre você e ELE! É INDIVIDUAL e INTRANSFERÍVEL!
Ele, porém, se retirava para lugares isolados, a fim de orar. (Lucas 5:16)
Depois de mandar o povo embora, Jesus subiu um monte a fim de orar sozinho. Quando chegou a noite, ele estava ali, sozinho. (Mateus 14:23)
No dia seguinte, antes do amanhecer, Jesus se levantou e foi a um lugar isolado para orar.
(Marcos 1:35)
Mas, quando orarem, cada um vá para seu quarto, feche a porta e ore a seu Pai, em segredo. Então seu Pai, que observa em segredo, os recompensará. (Mateus 6:6)
